quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tipo assim, a gente ama amar

Estou numa loja de make up no shopping, calmamente experimentando algumas novidades quando entra desesperada uma menina, uns 30 anos, loirinha, cara lavada, look tipo "sai de casa como tava pra resolver algo aqui bem rapidinho" (lei de Murphy na certa). Cabelos, pele e roupa num tom sur tom de bege, tipo "menos sexy impossível".

- Por favor, gurias! Preciso de ajuda. Acabei de encontrar o amor da minha vida aqui e ele não pode me ver assim, tão simplinha, tão sem graça, tão, tão...

Para nós mulheres, ela falou a expressão mágica: "Amor da minha vida". Tanto para mim, única cliente naquele momento na loja, como para as duas vendedoras, isso foi mobilizador, pra não dizer emocionante.

Imediatamente levamos ela pra cadeira de maquiagem. Eu palpitando e minhas mais novas amigas de 30 segundos atrás, executando o serviço.

Uma base pra pele tipo "eu nasci perfeita assim", um blush tipo "eu tenho a cor do verão, sou saudável e iluminada", máscaras para cílios, tipo "principalmente as loiras não podem viver sem" e um batonzinho cor de boca, tipo "te quiero". E já que não ia dar pra mudar o look, solta o cabelo preso com piranha, tipo "eu tava faxinando a casa" e joga pra frente e pra trás.

Nunca tinha visto e participado de uma transformação tão rápida e me senti tão envolvida. Todas ficamos nitidamente felizes com a situação, porque quando o assunto é tipo "o amor da minha vida", todas as mulheres se entendem.

domingo, 22 de agosto de 2010

Multiprocessador

Assim, no meio da janta. Entre uma garfada e outra.

- Mãe, tu não parece uma periguete.

Congela o garfo no ar equanto digere o comentário e rapidamente elabora alguma coisa.
1) Ufa! Nunca pensei que algum dia na vida alguém pudesse me dizer o contrário.
2) Eu não posso ter ouvido isso.

- É filha, eu também acho que eu não pareço. Mas tu sabe o que é periguete?

- São aquelas gurias que usam piercing, All Star, roupa preta, tem tatuagem e andam com aqueles guris de cabelinho pro lado. Elas fazem bobagem e também são assaltadas (?) e presas.

Jesus! Ela tá confundindo as pobres Emos e ainda decretou que elas são bandidas! Ouviu por aí um pedaço de cada coisa e multiprocessou tudo! Ai, por onde eu começo? Posso pensar durante a semana, trocar uma ideia com amigos e retomar o assunto no fim de semana que vem? Não, não posso. Não dá pra deixar passar.

Livrei as Emos das bobagens, dos assaltos e da cadeia. Pensei em deixar tudo isso pras periguetes, ja que ia fazer sentido com perigo. Mas só ia piorar. Esteriotipar as periguetes pelo jeito que se vestem também podia ser tiro no pé. Pé de alguém conhecida, talvez. Vai que um dia ela encontra uma amiga minha de salto e mini saia e sai chamando de periguete achando que é elogio.

Deixei picando. Como ela ficou interessada em saber mais das Emos e eu definitivamente não consegui descrever as periguetes de uma maneira médio poética, o papo tomou outros rumos. Mas vai voltar mais dia, menos dia.

*

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Eu tentei ser menos invasiva

- Se eu tivesse tempo, até dava mais uma volta, mas eu tô mega atrasada (sorrisinho amarelo).
Foi a única coisa que consegui dizer pra desmobilizar o casal que tava num pega forte (mas honesto) no estacionamento do supermercado prenssado entra e porta do meu carro e o provável carro deles, depois de ter ligado e desligado o alarme umas 20 vezes pra avisar que eu queria entrar.

*

quinta-feira, 20 de maio de 2010

segunda-feira, 29 de março de 2010

Mãe, eu só quero um irmãozinho!


I: Isabela tentando imaginar como seria...
Alguém olha ela com a boneca no colo e diz:
- Que linda tua filha! Como é o nome dela?
E recebe como resposta:
- Ela não é minha filha. É minha irmã.

* A mãe da boneca, no caso, sou eu.

II: Isabela tentando me deixar sem saída para o discurso de que falta um pai...
- Mãe, tive uma ideia!
- Eu posso ser o pai do meu irmãozinho! Tu é a mãe e eu sou o pai.
- Pergunta pro Rui se pode. Se ele deixar, a gente ganha um nenê!
Nada mais normal já que numa turma onde tem 11 meninas e 3 meninos, vira e mexe alguma delas precisa fazer o papel de pai pra família ser completa na brincadeira.

* Rui é o pediatra dela.

III: Isabela tentando me ensinar como fazer um nenê...
- Mãe, minha colega da Escola me contou que pro nenê nascer a pimentinha do pai precisa namorar a pimentinha da mãe. Daí uma nova pimentinha cresce na barriga da mãe e vira um filhinho.
- Então, quando tu encontrar um menino na rua, namora a pimentinha dele. Ele só não pode ser assim, muito velho.

* A pimentinha ela confunde com a sementinha.

E eu morro rindo

Quando chove dou um tapa no limpador de para-brisas e sigo onde a velocidade dele parar, chova grosso ou chova fino.
- Mãe esse nosso carro novo é maravilhoso!!!!
- Olha o carro do lado! O coisa de limpar o vidro dele anda-pára-anda-pára.
- E olha o nosso! Anda bem rapidinho. A gente é muito mais forte!

*

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Maxi me

Pensando bem, acho que nós mães temos uma certa dificuldade em aceitar que os filhos crescem e que todo o dia quando a gente acorda eles já não são mais como ontem, quando a gente colocou aquele bebê para dormir.

Confesso. É uma tristezinha disfarçada de alegria se dar conta que a gente não pode esticar o tempo tanto quanto eles esticam diariamente. Tenho sentido muito isso. Ainda mais quando olho fotinhos de babies de amigos meus, ouço pais orgulhosos contarem coisas sensacionais de seus filhos (que depois a gente percebe que toda criança faz parecido) e vejo carrinhos com pezinhos gorduchos pulando para fora. Ao mesmo tempo que lembro de cada pedacinho, cada novidade, cada diálogo, tenho a sensação de que não tenho devidamente registrada a vida dela para eu assistir e dar um review toda vez que me der saudade. Parece que eu não vou conseguir guardar tudo na memória e vou relembrar sempre as mesmas histórias, as mesmas fotos, as mesmas cenas. Neura de mãe. Papo de velha.

Mesmo falando o tempo todo que a minha filha cresce loucamente e sabendo que isso além de normal é tudo que uma mãe saudável quer na vida, minha cabeça sempre lembra dela menor do que ela realmente é. Principalmente se estivermos longe uma da outra. E eu que vivo dizendo "ela já tem 5 anos", quando convém digo "mas ela só tem 5 anos!!"

Hoje fui comprar uma fantasia de carnaval pra ela. Ah, momento ultra especial e sonhado pra viver um personagem de um filme da Disney. Sozinha, fiz a festa e comprei a mais linda fantasia da Tinker Bell, que ela A-M-A. E como uma criança que não esticou, passei o dia feliz, louca pra chegar em casa e ver ela saracotear com as asinhas brilhantes e o vestido farto. Felicidade quase completa e escolha mais que acertada. Não fosse tudo, do vestido à sapatilha, ficar indiscutivelmente pequeno. Fon-fon-fon-fon...

Rebobinei (papo de velha de novo) o meu dia pra cena da loja. "Imagina, essa sapatilha é grande demais, quase serve em mim. Ela só tem 5 anos". Esse vestido aqui dá até o ano que vem, é tamanho 6 e ela só tem 5 anos". Claro, pela minha lógica, se ela tá calçando 30, eu que sou a mãe tinha que calçar no mínimo 50 e não 35. E se ela tem 5 e os tamanhos são de 2 em 2, comprar a tamanho 6 é no mínimo mais óbvio que comprar o 8.

Mas nem tudo funciona conforme a minha lógica. E ela, que é minha filha e é a minha cara, não só estica todo o dia, como indica que a mini Cris, como muitos dizem, na verdade vou ser eu.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O verdadeiro George Clooney

* Luis Fernando Veríssimo

Longe de mim querer difamar alguém, mas acho que no caso do George Clooney o que está em jogo é a autoestima da nossa espécie, os homens que não são George Clooney.

Todas as nossas qualidades e todos os nossos atributos, físicos e intelectuais, desaparecem na comparação com o George Clooney.

As mulheres não escondem sua adoração pelo George Clooney. O próprio George Clooney nada faz para diminuir a idolatria e nos dar uma chance.

Fica cada vez mais adorável, cada vez mais George Clooney. E se aproxima da perfeição. É bonito. É charmoso. É rico. É bom ator. Faz bons filmes. Está envolvido com as melhores causas. E que dentes!

Não temos defesa contra esse massacre. Só nos resta a calúnia.

Os dentes são falsos. Ali onde elas veem pomos da face irresistíveis e um queixo decidido, há, obviamente, botox. Ele tem pernas finas e desvio no septo.

É solteiro, portanto, claro, gay. Tem casa num dos lagos italianos, o que já é suspeito, e dizem que anda pelos seus chãos de mármore depois do banho de espuma vestindo um longo caftan bordado e sendo borrifado com perfumes florais pelo seu amante filipino Tongo, enquanto seu amante italiano, Rocco, prepara a salada de rúcula completamente nu.

George Clooney bate na mãe todas as quintas-feiras. É extremamente burro. Só leu um livro até hoje e não lembra se foi "O pequeno príncipe" ou "O grande Gatsby". Nos filmes em que faz personagens mais reflexivos, contratam um dublê para as cenas dele pensando.

Foi ele que propôs a demolição da Torre Eiffel porque já era mais que evidente que não encontrariam petróleo no local. E sua sovinice é lendária. Levou nadadeiras quando visitou Veneza, para não gastar com táxi.

É notório, em Hollywood, o mau hálito do George Clooney. Quando ele fala em algum evento público, as primeiras três fileiras do auditório sempre ficam vazias.

Atrizes obrigadas a trabalhar com ele têm direito a um adicional por insalubridade, em dobro se houver cenas de beijo. Outra coisa: a asa. Não adiantam as imersões em espuma na sua banheira em forma de cisne, nem os perfumes florais borrifados, o cheiro persiste.

Sabem que George Clooney e suas axilas se aproximam a metros de distância, e muita gente aproveita o aviso para fugir.

Além de tudo, tem seborreia e é republicano.

Passe adiante.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lar alegre lar!

Chegando em casa exausta, depois de uma reunião, numa noite de chuva e um trânsito infernal na BR... Eu abro a porta e ela me pergunta:
- Mãe, mas onde tu tava afinal?
- Em Nova Hartz, filha.
Feliz com a minha chegada e a prestação de contas...
- Ai, mãezinha... E tava bom em Nova Iorque?

*

O que é? O que é?

Todo dia religiosamente ela me liga quando chega da Escola pra me contar as novidades que não podem esperar eu chegar em casa.
- Mãe hoje eu trouxe pra casa aquela coisa que a gente põe perto da árvore. Eu que fiz.
- Que coisa, minha filha?
- Ai mãe, aquela coisa que tu sabe o nome e eu nunca me lembro (já meio irritadinha com a minha falta de colaboração).
- Que coisa, filha?
- Ai mãe, aquela coisa que tem a guria (Maria), o guri com a ovelha (José), a Preta (nome da égua do vô que ela adorava e que há poucos dias faleceu), o nenê no bercinho (menino Jesus) e os três magros (Reis Magos).

*

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Antecipe seu Ano Novo também!


Como publicitária eu já trabalhei em inúmeras campanhas com o tradicional mote do varejo “Antecipe seu Natal”, tentando dar uma cara, uma abordagem e motivos novos para convencer sobre algo que não surpreende mais.

Esse ano eu decidi trabalhar meu próprio briefing e como profissional de Atendimento me auto atender, me ouvir, fazer brain comigo e me propor os caminhos criativos que eu acredito e me recomendo. Santo de casa faz milagre, é só entrar na pauta.

O argumento do meu briefing foi claro: não tem porque deixar “que tudo se realize no ano que vai nascer” se ainda dá pra realizar muito nos dias que restam de 2009. E sem dar voltas não tive dificuldade para definir a mensagem principal: “Antecipa teu Ano Novo”.

Minhas recomendações já foram rapidamente implementadas e o meu Plano de Ação se transformou em ação, coisa rara por aí. Como cliente, me adorei! É como se o meu 2010 já tivesse começado, muitas coisas boas que me desejo estão se realizando nesse finzinho de ano e as tantas outras expectativas que tenho já me fazem sentir no ano que vem.

E em pleno novembro eu me abraço no travesseiro, fecho os olhos e me digo: FELIZ ANO NOVO!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ô lá em casa!


Figurino coringa, pequenas variações que fazem boniiiiiiiiito no dia, na noite, na rua, na festa, na cozinha, na varanda, no chuveiro... um corpaço, uma cara fofa e atitude do tipo que "joga na parede e chama de lagartixa". Pra um tipo assim impossível não dar cama, comida e cueca lavada e prometer não discutir a relação!

*

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Saudade existe pra quem sabe ter

É difícil, mas a gente vive longe de algumas pessoas que ama e ama muito.
O fácil é que o amor de verdade não tem lugar no mundo, nem tempo que mude alguma coisa.
Recebi essa música de um amigo-amor essa semana, quando ele voltou pra casa depois de um findi especial em Porto Alegre.
Chorei ouvindo. Saudade existe pra quem sabe ter. E eu diria mais... saudade existe pra quem sabe amar!

"Oh, meu amor!
Não fique triste...
Saudade existe pra quem sabe ter,
Minha vida cigana me afastou de você,
Por algum tempo que eu vou ter que viver por aqui, longe de você,
Longe do seu carinho...
E do seu olhar, que me acompanha já tem muito tempo
Penso em você a cada momento
Sou água de rio que vai para o mar
Sou nuvem nova que vem pra molhar essa noiva que é você
Pra mim você é linda
Dona do meu coração
Que bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver
O meu coração bate tanto quando te vê
É a verdade que me faz viver..."

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Enquanto lá fora, aqui dentro...

“Se em horas de encontros pode haver tantos desencontros, que a hora da separação seja, tão-somente, a hora de um verdadeiro, profundo e coletivo encontro. De tudo ficarão três coisas: a certeza de estar sempre começando, a certeza de que é preciso continuar e a certeza de ser interrompido antes de terminar. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura... um encontro.”

Fernando Sabino

*

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A válvula de escape

Sem ela é mais difícil. Ô se é.

*

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Não dá pra agradar todos

Esse foi o ensinamento do dia, com direito a um importante papo cabeça (ou cabecinha). Hoje ela se deu conta que nem sempre somos admirados por todos, aplaudidos e festejados.

Tudo porque ela foi à escola com o novo boné do Internacional que ontem ela desfilou tão feliz para orgulho do vô e da dinda. A festa de ontem virou um ponto de interrogação pra ela hoje. Metade da turma apoiou. A outra metade fez cara de nojo e avacalhou.

Mãe, sabe como é. Vontade de ir lá dar sermão, botar o gremistas de castigo e defender minha cria. Mas me seguro e sei que isso não vai ajudar em nada, mesmo vendo ela triste. Quem sabe um bilhete pra profi na agenda? Ou no orkut? Uma reunião com a diretora?

Melhor explicar pra minha filha o que é escolha, o que é diferença, o que é respeito e incentivar ela a passar isso adiante. E mais do que isso, não deixar ela abrir mão do que gosta, do que ama pra ficar em cima do muro achando que assim vai agradar todo mundo.

Haja coração!

sábado, 22 de agosto de 2009

E por falar em saudade, onde anda você?

Eu já me acostumei com a saudade. Durante muito tempo ela me acompanhou diariamente, acordada, dormindo, tentando dormir. Me deixou amarrada, mas também me deu uma energia absurda, me deu certeza que tudo tinha um jeito e encheu meus dias e noites.

Aos pouquinhos ela se acomodou, não sumiu de vez, mas ficou quieta, imobilizada e em silêncio, perdida em algum lugar que eu não sei onde é, esperando pra ser acionada.

Mas saudade e música formam uma dupla infalível! E hoje ouvi algo que me deu muita, muita saudade. Só que foi saudade de mim, que tô aqui, tão perto, e ao mesmo tempo tão longe.

Saudade do meu jeito, das coisas que eu pensava, que eu fazia, que eu queria. Saudade de um sorriso especial, saudade do meu cabelo, do meu perfume, das minhas roupas, de como eu me sentia. Ahhhh, que saudade daquela! E não era saudade de um tempo distante, era saudade de pouco tempo atrás, de coisas que ainda existem e parecem, mas que não tem mais a mesma graça.

E me deu uma vontade enorme de me rever urgente! Alguém que os outros talvez continuem vendo, mas que eu perdi de vista.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Isabela, Bela, Banguela

Eu sei, eu sei. Ando sumida daqui e de vários lugares. Mil motivos, todos bons! Logo eu volto, palavra.

Mas agora só queria fazer um registro especial. Hoje, 22 de julho de 2009, cheguei em casa de um dia cheio e a banguela mais linda do mundo correu pra me receber com o sorriso mais maravilhoso que uma mãe pode encontrar. Minha filha perdeu o primeiro dente. Como várias coisas simples da vida que tem muito significado pra mim, essa é uma daquelas que, se bem me conheço, vai fazer todos os dias 22 de julho daqui pra frente terem uma lembrança feliz.

Noite de fotos, de ligar pras pessoas queridas e contar a novidade e de dormir sorrindo pra esperar a Fada do Dente!

*

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Quase todo mundo tem alguém

* Texto ótimo da minha super amiga Magali Moraes euleiomagalimoraes.blogspot.com. Faz de conta que fui eu que escrevi, porque quando li, achei que eu tinha baixado no corpinho dela hoje.

"Eu comecei a ler a Zero Hora e parei nessa frase. Está destacada na matéria que fala sobre uma recente pesquisa sobre a vida sexual dos brasileiros. 84,2% dos homens e 89% das mulheres declararam que tiveram um parceiro fixo nos últimos 12 meses. Deve ser assunto nos principais jornais e sites do país. Sexo, sabe como é. Quase todo mundo tem alguém. Quase 9 entre 10 brasileiros.

Fiquei pensando no grupo dos quase. Ainda bem que já passou o Dia dos Namorados. Essa frase é broxante demais, apesar de parecer otimista. Enquanto quase todo mundo tem alguém na cama, o grupo dos quase está na batalha. Uma porcentagenzinha que significa muita gente. Não acharam sabe-se lá porquê. Talvez estejam desistindo de procurar.

Eu não queria ler isso e me encaixar nos quase. É quase tão perto de conseguir. E pra que ser a exceção com esse frio todo? Tão bom ter alguém pra se esquentar, a gente nunca sabe que noites vão ser as mais frias. Bom em todas as estações no ano, pra falar a verdade.

Agora imagine que legal se os “quase 9 entre 10 brasileiros” apresentassem seus amigos solteiros aos “1 e pouco” que também estão sozinhos? Puxa, todo mundo podia ajudar a mudar essa estatística. É utopia demais?"

Eu: não Maga, não é utopia. Nada que um email mkt para os contatos certos não ajude. Se cada amigo fizer a sua parte, tá "quase" tudo resolvido!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Heart Hunter

Quando eu era pequena (sem piadas!), eu me perguntava como eu saberia quem é o grande amor da minha vida sem conhecer todos os homens do mundo. Não acreditava na coincidência desse grande amor morar justamente na mesma cidade que eu. E se o meu grande amor estivesse no Paquistão? No Alaska? Na Bósnia? Como eu ia saber se provavelmente nunca iria nesses lugares?
Pois é. Em partes acho que eu tinha razão. Coincidentemente em Porto Alegre é que ele não tá.

*

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Apelo

Lojas que eu adoro, marcas que eu amo, resorts que eu desejo, sonhos de consumo que me dão tesão... paaaaaaaarem de me mandar emails com sugestões e dicas para o Dia dos Namorados!!!!!!!!
Estou em fase de contensão de custos. Só isso!

*

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Não sei

Se a minha paciência tem limite ou
se o meu limite que tem paciência.
Mas eu vou pro céu, isso é certo.

*

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Um, dois, três... vaaaaaai!


Amigas, se vocês partem do precipício que... eu tento pular, juro!
Se eu me esfolar, vocês me cuidam!

*

Palmas, sem fala e aos soluços

Desde março ela está ensaiando na escola a apresentação para o Dia das Mães. E nas últimas noites chora sempre porque acredita que se dormir vai esquecer a "fala" dela.

Hoje teve ensaio geral no teatro, já que sábado é o grande dia e a expectativa é maior ainda. No telefone ela me contou que deu uma choradinha e chamou por mim, porque não conseguiu mesmo lembrar da tal "fala" sem ajuda.

Então pedi que ela me contasse em segredo pra que eu pudesse treinar junto até lá e prometi que ninguém saberia. Peguei um papel pra anotar o texto que tanto preocupa minha pequena. Vai que eu durmo e também esqueço!

"Todos os dias da minha vida".

Não vou esquecer, meu amor. Nenhum dia da minha vida.
Se precisar grito da platéia pra ti e pra todo mundo que estiver lá!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Boca lôca

Essa sou eu, a tarada do beijo. Calma.

Sou uma voz e um texto que beija todo mundo, sem distinção, sem controle, sem noção.  Não consigo encerrar um email e desligar um telefonema sem mandar beijo, seja lá pra quem for.

É automático, sai, vai. Eu nem me dou conta. Preciso me concentrar muito pra não deixar ele rolar. "Cristina, pensa. Não pra esse, não é adequado". "Cristina pensa. Não agora, não é o momento, impõe respeito". Mas não adianta, na grande enorme maioria quase absoluta das vezes, eu tasco. Putz!

Sou capaz de quebrar o pau com o atendente da NET que só me enrola e mandar beijo no final. Desligo com beijo todas as 820 ligações internas que acontecem no meu trabalho diariamente. Aceito as desculpas de quem liga por engano e devolvo com beijo. Envio relatórios e assino com beijo. Respondo um email com "não me procura mais" e concluo com vários beijos. 

Pra que banalizar o beijo, Cristina? 
Manda menos e dá mais. Pensa.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Baseada em fatos reais

Homem gentil é tudo. Ou quase tudo.

Gentileza básica, mas que faz toda a diferença. Tipo não se atirar na frente de uma mulher quando abre a porta do elevador, acompanhar a amiga até o seu carro depois do happy hour, oferecer a cadeira pra colega na reunião, segurar a porta pra vizinha que vem cheia de compras, enfim, situações cotidianas pra ser gentil não faltam.

Acho bonito isso, presto atenção, me atrai. Homem gentil tem sexy appeal e talvez a maioria deles nem saiba disso. Não que a gentileza salve a mão mole do post anterior, mas é uma qualidade que eu passei a valorizar muito depois da maturidade e com certeza faz parte do processo seletivo de muitas mulheres.

E aí o universo fica pequeno. Porque sobram poucos gentis na medida certa. Tirando os ogros, ainda têm os que confundem gentileza com bananisse. Ser gentil não é deixar a mulher decidir tudo. Nããããão, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Homem que diz o tempo todo "pra mim tanto faz, o que tu preferir", "tu escolhe, pra mim tudo tá bom", "decide, tu que manda" é um saco! Isso não é gentileza. Mulher gosta de homem que inventa, que propõe, que tem opinião própria, que sugere ação e reação. Sem isso, o que fica é uma sensação de mão mole estendida a um corpo mole, por mais gostoso que o banana seja. Dá pra entender?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

The music is played for love

Let the music, take your mind
Just release and you will find

I love it, when I love it, I love it.

*

Aperta aqui

Eu odeio aperto de mão mole. Chego a suar frio quando reencontro uma pela frente e não tenho como escapar. Nenhuma saia pode ser mais justa que ter que encarar uma mão dessas e fingir que está tudo bem. Acho que quem tem mão mole não sabe o problema que tem nas mãos, não querendo ser literal.

Não precisa ser linda, mas mão tem que ter atitude. Se é pra pegar, então pega! Não fica no meio do caminho. Ah, e outra coisa: se além de mole, ela for daquelas quentinhas ou geladinhas aí eu me seguro pra não desmaiar. Mão tem que ter temperatura ambiente, faça-me o favor!

Pra mim mão mole precisa fazer terapia, não tem outro jeito.
Ela e eu, que preciso aceitar as mãos dos outros como elas são.

*

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Cada um no seu quadrado

Comentei hoje que quero ir ao show da Paula Toller. Teatro, estacionamento, ar condicionado, cadeira fofa, gente perfumada. Bem como eu gosto.

Fui quase vaiada. Atenção: eu sou total anos 8o. Enquanto boa parte da minha "turminha" da agência via o Praga e o Dengue cantando "Quem quer pão" no Xou da Xuxa eu já beijava na boca.

Me deixem.

*

Por Amor

Esse título, por si só, eu já adoro. Se tiver por trás o Manoel Carlos, uma Helena, o Leblon e o Tom Jobim ou o Vinícius de Moraes na trilha sonora, eu A-D-O-R-O mais.

Já peguei o “Por Amor” do Kevin Costner na locadora só porque esse era o título do filme, ou melhor, a tradução. Aliás, não entendo porque as traduções não seguem o título original quando não tem motivo nenhum pra ser diferente.

E agora lá fui eu ver o “Por Amor” da Michelle Pfeiffer e do meu bonitinho Asthon Kutcher. Claro, bati o olho no cartaz e o título piscou pra mim. Mas foi quando li o subtítulo que me apaixonei de verdade. "O espaço entre a ausência e o amor". Trama do filme à parte, essa frase me pegou de jeito. Caramba! O que é isso??? É isso!!! É muito isso!!! 

Levei alguns dias pra ler a sinopse e não desiludir minha fantasia. Aquelas palavras juntas me diziam muito. Podia ter sido escrito por mim. Como não pensei nisso antes? Realmente, entre a história do filme e a minha fantasia não há nenhuma semelhança. Mesmo assim continuo apaixonada pelo tal subtítulo e não paro de pensar nele. E ainda que a ausência e o amor entendam que não podem conviver, o espaço é complicado.

Mas é assim. Os espaços estão aí para serem preenchidos.

A culpa é da vírgula

Nada acontece, por acaso.

*

terça-feira, 14 de abril de 2009

Quero muito

Com uma dessas acho que eu até caso de novo.
Vende pela internet e aceita cartão.

*

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ventos simultâneos

Eu acredito muito em sintonia, em telepatia, em energia convergente.

Tava eu aqui pronta pra escrever um texto que já tinha até um título. "Previsão do tempo". Ia eu fazer uma analogia, mais uma das minhas, sobre algumas coisas que tava sentindo.

Como não me aguento, fui ler um email que acabou de chegar e apitar na minha tela. Algo de alguém muito especial. Ao final, uma frase que simplesmente tem absolutamente tudo a ver, até nas palavras, com o que eu ia escrever. Ia, porque agora nada me parece mais perfeito.

"... bons ventos vão soprar... preste atenção até na brisa..."

*

domingo, 12 de abril de 2009

Chocólatras, sejam bem-vindos

Diria que nos próximos dias, semanas e talvez até meses vale a pena nos fazer uma visita.

Por aqui tem muito chocolate, muito doce de toda espécie. Muito.
E pouca gula, pouca vontade de açúcar no sangue, pouco em comum com a grande maioria das pessoas. Isso mesmo. Tal mãe, tal filha. 

Mas é Páscoa. Tem todo o lado lúdico da coisa. A espera pelo coelhinho, a expectativa, a fantasia e a importância de ter história pra contar. Tem o querer bem, a legenda "você é especial pra mim" e isso é uma delícia. Tem também a beleza das cores, das embalagens, das fitas e o principal, a surpresa que vem dentro. Ovo que não faz barulho ao sacudir, não vale. Então a gente entra no clima, embala no ritual, se prepara e curte como todo mundo. 

Obrigada aos coelhinhos que deixaram por aí algo pra nós. De verdade, nós adoramos!!! Mas se quiser nos visitar... vamos precisar de ajuda.
 

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sinto muito

Não dá pra acreditar em tudo que eu vejo, em tudo que eu ouço, em tudo que eu leio.
Talvez nem em tudo que eu mostro, que eu digo, que eu escrevo.
Mas em tudo que eu sinto, dá. Sempre.

*

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Manhã complexa

Sim, eu sou uma mãe que conversa, tenta entender e explica. Mas confesso, as vezes, no meio da correria, com os braços carregados de bolsa, mochila da escola, boneca, atrasada e passando o gloss me olhando no espelho do elevador, é complicado.

Ela tá deslumbrada com uma das várias bonecas que ganhou de aniversário. A Lola, do desenho "Charlie e Lola" do Discovery Kids, o preferido dela e o meu também. Dorme com a Lola, acorda com a Lola, come com a Lola, vai à escola com a Lola.

Hoje, depois do debate do "6 anos", ela me disse que amou tanto a Lola que até quando ela for pro céu a Lola vai junto. Ai, o que se diz numa hora dessas, quando há dez minutos atrás eu já devia estar ligando meu computador na agência?

E ela continuou. Preocupada com os outros brinquedos que pelo visto ela não pensa em levar junto com a Lola, perguntou quem vai morar na nossa casa quando nós duas formos pro céu.

Bem, a única coisa que me saiu na hora, foi: ninguém! Já quase dando ré pra sair da garagem...
Ela respirou aliviada e disse: Entendi, mãe. Tu vai levar a chave de casa com a gente e a Lola!

*

Chegou a hora (de novo) de apagar a velinha!

Que eu sou apaixonada pela minha filha, todo mundo sabe. Toda mãe é.
Mas que eu sou apaixonada pelos diálogos dela... tá, todo mundo sabe também.

No domingo ela fez 5 anos. Linda! Quase impossível pra mim aceitar com naturalidade que ela é praticamente uma pré-adolescente e daqui a pouco tempo (pelo tamanho dela, eu diria muito pouco) vamos estar trocando modelitos (então não estranhe se qualquer hora me encontrar desfilando por aí com um vestidinho dos Backyardigans).

Comemoração em casa, só entre nós. A nossa família, o melhor amigo, a mãe do melhor amigo e amiga da melhor mãe (eu), a melhor tia emprestada e a maior alegria! Cachorro quente, docinhos e nega maluca que ela adora. Amanhã é a festinha oficial, com os colegas de escola no parquinho do shopping. Tudo organizado, com direito a microônibus para buscar e devolver a turma na escola, decoração de princesas, convites, lembrancinhas e tudo que uma festinha que se preze deve ter.

Hoje ela me perguntou se eu já tinha comprado "a vela do 6".
- Por que minha filha? Não é a "vela do 6" é a "vela do 5".
- É do 6, mãe! Amanhã eu faço 6 anos!
- Não meu amor, tu fez 5, é o mesmo aniversário.
- Mas mããããããããe, eu fiz 5 no domingo, agora é 6!!!!!!!! Tu não sabe que depois do 5 vem o 6???

Juro, tentei explicar, mas ela não entendeu. Tava cheia de convicção, não sei a quem ela puxou. Como alguém pode fazer o mesmo "ano" duas vezes???
Mais tarde tentei retomar o assunto pra evitar decepção ou confusão amanhã quando ela encontrar "a vela do 5" no bolo. Assunto encerrado pra ela. Eu que tô gagá e não sei que depois do 5 não vem o 5 de novo.

terça-feira, 7 de abril de 2009

É matemático

Pra que mesmo eu tenho um blog?
Ah, pra escrever sempre que eu tiver com vontade de dividir alguma coisa, nem que seja comigo mesma.
Assunto não me falta. Tem é me faltado vontade de dividir. 
Ando mais pra somar ou subtrair.

*

sábado, 28 de março de 2009

Explosion

Definitivamente nem tudo é como a gente quer ou gostaria que fosse. Algumas então, insistem em acontecer de um jeito torto, complicado, na contramão. Nunca é simples, óbvio, normal, tem que ter sempre uma adrenalina. Odeio surpesa que infarta e começo a odiar fortes emoções a todo momento. Dá pra ser mais simples?

*

sábado, 28 de fevereiro de 2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Vou pro Excel

Penso uma coisa, digo outra, faço uma terceira, mas quero o que sempre quis...
Que não é exatamente o que penso, nem o que digo e nem mais o que faço.
Preciso planilhar.

*

Eu por ela II

- Filha, hoje me encontrei com a Dani e a Didi e elas te mandaram um beijo.
- Mãe, o João (filho de 9 anos da Dani) tava junto?
- Não, era encontro só de gente grande.
- Então mãe. O João tem o mesmo tamanho que tu.
Póin.

Admito, eu e o João somos do mesmo tamanho metricamente falando. É, ele é bem altinho pra idade.

Estou ficando confusa.

- Filha, afinal, eu sou gente pequena ou gente grande? Decide!

*

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Eu por ela

Muitas vezes entre beijos, abraços e amassos a gente se declarou dizendo que somos uma da outra, que eu cuido dela e ela cuida de mim. E assim vai ser sempre, até eu ficar velhinha.

Mais do que eu, ela não quer que eu fique velhinha e ultimamente fica preocupada e curiosa com essa possibilidade. Percebi que ela não entende muito bem o que é isso, só sabe que não quer eu mude nunca.

Hoje, numa dessas doses de beijos, abraços e amassos ela me disse do nada:
- Mãe, não é amanhã que tu vai ficar velhinha, né? Tu vai continuar pequena assim sempre!

Pequena pra ela é como eu sou hoje, do jeitinho que ela me vê e me desenhou, uma menina quase como ela.

P.S.: vale explicar que eu estou de mini blusa e sainha jeans. A parte rosa é a minha barriga! E nem o aparelho nos dentes ela esqueceu! Sou a pequena velhinha mais linda e bossa que existe :0)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

No Blog da vizinha

Esse é o blog de uma amigona-ona-ona, com dicas de viagens DDD e DDI. É muito legal, parece que ela tá contando sobre os lugares ao vivo pra gente, numa mesa de bar, bem como eu gosto.

Como diz no perfil dela “... as dicas são tudo de bom. E voltar de uma viagem com dicas próprias é melhor ainda. Mas não tente encontrar aqui dicas de lugares exóticos. Viajo pouco e para lugares comuns. Sou comum. Já fiz intercâmbio, lua de mel, viagem com pai e mãe, amigos, amigas, farofa, picnic e, ultimamente, viajo com os filhos pequenos no final de semana. Meu blog surgiu para dividir experiências. Uma chance de viajar mais relembrando das minhas viagens e pesquisando para a dos outros.”

Então, entrei no espírito e contribuí com umas dicas minhas do RIO desse meu JANEIRO 2009.

Vai lá! www.cafeviagem.blogspot.com

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Acredite


Num almoço com dois grandes amigos, comentávamos sobre o que a gente esperava de 2009. Não soubemos explicar muito bem, mas concordamos que há um sentimento meio que coletivo que vai ser um ano especial, de revoluções, que algo conspira a favor. Eu sequer estou com preconceito porque o ano é ímpar. É, a revolução já começou por mim.

Minha amiga contou orgulhosa que está focada e que pela primeira vez fez uma listinha no papel dos seus objetivos, como forma de organizar desejos concretos. E aí, chegamos à conclusão que nossa convivência deve estar invertendo nossos papeis. Porque eu, estranhamente, pela primeira vez não fiz lista, nem no papel, nem mental, dos meus objetivos. Não estou nada focada, não tenho nada planejado. Acredite!!

Muito pelo contrário. Estou livre, leve e solta pro que der e vier. Numas de "deixa a vida me levar, vida leva eu", o que quero é ser feliz. E isso não é pouco.

Não ter feito a lista me deu a sensação de não criar expectativas e estar muito mais aberta. E confesso, pra mim essa nova atitude de ano novo me deixou ótima, minha virada foi bem diferente de todas as outras. Entrei olhando longe. Perdi o desconforto com a data, que nunca entendi de onde surgiu.

Como a mensagem que passei no dia 31 de dezembro para as pessoas que quero bem e não tive a oportunidade de abraçar apertado e desejar coisas boas pessoalmente, "saúde, brilho no olho, sorriso sincero e pensamentos positivos, que o resto é só consequencia!"

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Perolês do Cristinês

Quem já trabalhou ou trabalha diretamente comigo aprende muito. Muito a rir. A diversão é garantida. Sob pressão então, eu sou melhor ainda. Desculpem a modéstia, mas faço falta quando saio de férias.

Adoro criar expressões didáticas, que ajudam no processo de trabalho, explicam uma situação ou uma opinião. Todo mundo me entende, vira vocabulário das "internas" e nunca mais alguém esquece.

Até hoje colegas veteranos da época em que eu era uma humilde estagiária me encontram e dizem "e aí yeah-yeah?" Naquele tempo, com 20 anos a menos, era assim que eu sempre comentava algo que tinha achado muito bom. "Poxa, essa campanha ficou muito yeah-yeah!!!" Socorro! De onde eu tirei isso? Deve ser porque eu gostava do Roxette.

Também não é de hoje que eu desmarco um compromisso e ninguém duvida que a coisa tá feia pro meu lado. "Não vou poder sair pro almoço, o cenourão tá pegando".

E pra disfarçar que não entendi absolutamente nada ou simplesmente não sei o que responder, mando o famoso "Oi?". Esse então ecoa entre o grupo.

Mas como se começa um briefing? "Primeiro vomita tudo que tu tem de informação e a partir daí vai organizando o raciocínio". Funciona. A turma jovem adotou esse meu método e concorda que inibe o bloqueio.

E pra encurtar caminho e otimizar uma reunião operacional, "vai roendo o que te passei e aí a gente conversa".

Pior (ou melhor) quando eu me arrisco a aplicar um ditado que considero pertinente ao momento. Quem me conhece bem, sabe que eu não sei nenhum mesmo, o que faço é uma adaptação.

"Ó, cavalo dado não se escova os dentes". Sempre achei que fazia mais sentido e ninguém vai reclamar do que deleguei.

E quando eu e o diretor de uma grande conta que atendi tínhamos o desafio de descobrir como chegar em determinada informação, resumi nosso acordo. "Bem, vamos juntos tentar achar o caminho das trevas". Silêncio. "Cris, não seria o caminho das pedras?" Só depois ele me deu razão, porque o tal caminho foi bem mais árduo do que ele imaginou.

E assim eu vou. Vou virar um dicionário de dialetos, isso sim.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Muito, muito, muito


Em primeiro lugar, preciso dizer que a idéia do Blog nunca foi a de ser um diário, mas um espaço pra eu escrever, despretensiosamente, coisitas que eu tava a fim. Jamais quis mais um compromisso na minha vida, por isso esse sumiço.

Claro, dezembro cheio, lotado, tempo pra nada e pra tudo. Menos pra escrever aqui. Mês cheio de coisas boas, de encontros, comemorações e confraternizações que não acabam mais. Me superei. Comemorei tudo, brindei tudo, me reuni com todos. Festanças, festas, festinhas, almoços, jantinhas, choppinhos, champas, êta nós! Não deixei de celebrar nada do que foi importante, nem de valorizar momentos e pessoas importantes, profissionais ou pessoais. E o que não celebrei é melhor esquecer. Foi um ano intenso, em todos os sentidos.

E nessa época, impossível não fazer o velho resgate do ano no tempinho que sobra, enquanto tomo banho, fico presa num engarrafamento ou espero o microondas apitar. Penso no que fiz, no que deixei de fazer, no que poderia ter feito diferente.

Se eu tivesse que resumir em uma palavra o meu 2008, seria MUITO. Tô lendo um livro que fala em traduzir pessoas, lugares e situações em uma única palavra e esse é um exercício bárbaro! Adorei isso e aí avaliando o que rolou, essa palavra me pareceu perfeita.

Em 2008 trabalhei muito, chorei muito, amei muito, dei muita risada, me diverti muuuuuito, dancei muito, estive muito com os meus amigos, bati muito o carro, acreditei muito, gastei muito, me achei muito bonita, mudei de idéia muitas vezes, me machuquei muito, fiz e vivi tudo muito. Ouvi meu coração mais do que nunca, deixei muitas vezes de lado a razão e a intuição, o que pra mim significa muitas coisas. Posso me arrepender do que eu fiz (talvez), do que eu não fiz... vai ser difícil, poderia sim ter feito diferente algumas coisas, mas não fiz e tive os meus motivos. Me arrepender é algo realmente raro, não impossível. Tá bem, poderia ter sido mais malandra, ter investido menos energia e tempo no que já tava resolvido, ter sido menos teimosa... mas eu sou muito, não tem mais ou menos. Então fui eu e isso é o que vale!

Mas se diante os meus MUITO de 2008 eu ainda tivesse que eleger os “MAIS MUITO” que valeram MUITO à pena?

Foi o ano que mais declarações de amor recebi. Em verso, em música, em gesto, em olhar, em palavras, beijos e abraços. Muito! Minha filha cresceu (muito também). Em tamanho, mas principalmente em maturidade. Meu bebê se foi. E assumir isso não deixa de ser bem difícil. Ontem ainda eu e minha irmã olhávamos fotos dela de alguns anos e meses atrás e foi uma festa. Rimos horrores lembrando de situações, vendo macaquices e coisas que marcaram esses 4 anos. Rimos, mas nosso coração ficou apertado de saudade de um passado tão recente. Mais do que ter uma filha, esse ano ganhei uma amiga pra todas as horas, uma companheirinha ímpar, que me cuida em todos os momentos com um amor absurdo e me conhece como ninguém. Nosso amor esse ano foi uma avalanche. Agora eu amo e recebo de volta meu amor da maneira mais inspiradora, criativa e instantânea que pode existir, porque ela forma frases complexas pra me dizer isso, me surpreende, me homenageia todos os dias, me faz sentir a pessoa mais linda e importante desse mundo. Pra ela eu sou completa, a melhor, a maior, a única e insubstituível. E amor nunca é demais, por isso dou muito, ganho muito. O orgulho que sinto de mim ao sentir tanto orgulho dela, é MUITO, em 2008 e em todos os anos da minha vida, com certeza.

E depois da minha filha, os meus amigos foram o meu outro MUITO que merece destaque esse ano. Me dediquei muito a eles, aos antigos, algumas amizades com mais de 20 anos, e aos novos. Sem dúvida foi o ano (depois da minha adolescência) que mais tive eles por perto, que mais nos demos atenção, que mais curti cada um e fui curtida, que mais nos divertimos, que mais nos encontramos, que mais inventamos motivos para estar juntos. Priorizei a amizade, fui uma amiga e tanto, assim como eles.

Pra mim, pra minha filha e pros meus amigos (e minha família que é o meu muito eterno) só quero MUITO que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Chegou ele. O amigo secreto, direto ou elétrico!

Começou a função. Amigo secreto do nosso pequeno, nem tão pequeno, grupinho da firma.

A sacanagem, a discórdia e as risadas rolam soltas. Todo mundo ligado na tomada. Na tirada dos papeizinhos parecia mais inimigo secreto, porque os comentários eram do tipo: "puuuuuuutz, não acredito!"; "eu sabia, sempre dou o maior azar!"; "posso trocar?" e assim por diante.

Uns querem lista, outros preferem o idealismo de usar a criatividade pensando no amigo. Tudo vira discussão. Ahã, criatividade com 30 reais num shopping bombando e o amigo sendo o chefe. Beleza!

Eu já começo desanimada. Sempre tiro o mais rico, o mais exigente e que apóia a causa da criatividade e sou tirada pelo mais pobre, mais brega e que decide não seguir minha sugestão e também ser criativo. Esse pessoalzinho da propaganda é fogo. Hello gente, não é hora de ser criativo!

Ainda bem que quem compra o presente pro amigo do chefe é a secretária. Ou pior? É um risco.
Começa a rolar a lista. Quem quer sugere, quem não quer ferra o amigo com a tal criatividade. Ou se ferra, é um risco, de novo.

Uma pede um mata mosca. Oi? Mas que tipo de mata mosca? Ah, moreno, alto e que "caiba bem". Presta atenção na descrição do utensílio! Ah, entendi a piada. Mas a parte do caiba bem... demoro um pouco. Hummm... peguei! A propósito quem nao quer um presente sob medida?

O meu amigo nos primeiros 5 minutos me manda um email me chamando de amiga ex-secreta e pergunta o que eu quero. Assim, sem disfarce. Ou é doido (e isso é mesmo) ou tá enganando a torcida e eu também. Os mais previsíveis podem surpreender nessas horas.

Não vale cartão presente. Se bem que o nosso cliente precisa atingir as metas do produto. Ah, nem vem, cartão presente é descaso com o amigo, preguiça de pensar. Mesmo que a gente mesmo faça propaganda dizendo que é "um mundo de escolhas pra quem recebe". Sei. Se bem que evita aquele risco do amigo criativo sem noção.

Bem. Agora começa a função da festinha. Aliás, nunca vi como a gente se relaciona na firma.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O que tiver mais a mão

- Cris, quer alguma coisa?
- Sim. Um Rescue, uma Gilette ou um abraço.

*

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hohoho

Preciso contar, já que ninguém ainda viu, além de nós duas. Muito menos o papai noel.
Na nossa casa já é natal. Beeeeem natal. Só aqui e nos shoppings.
Vai explicar que eles já decoraram tudo porque o varejo precisa antecipar as vendas.

*

Como eu sempre digo... E agora, José?

- Mãe, tu sabe beijar na boca?
- Ããã???
- Só adulto beija na boca, né?
- Ahã!!!
- Quando eu "ser" adulta que nem tu e tiver 36 anos, tu me ensina?
- Hãããã...
- Tá quase, mãe. Porque o "4 anos" é perto do 3 e é quase o 6!

*

Qual era o assunto mesmo?


Nos últimos dias me ensaiei várias vezes pra escrever, mas não fui além de uma linha. Raciocínio sem convicção não dá. Escrever é emitir uma opinião, mesmo que confusa, mas no fim quem escreve, e principalmente quem lê, tem que entender qual era ao assunto afinal. Dica básica da redação: começo, meio e fim. Não escrevi mais exatamente por isso, porque ando com dificuldade pra explicar o começo e pra identificar o fim. Por mim, agora eu só escrevia texto com meio, meio, meio.

Muita gente diz que eu escrevo como falo e que me ler é como me ouvir, me ver. Notando minha falta temporária de nexo, parei de escrever, mas não de falar. Não tem como. Ainda bem que ninguém me disse, ainda, que ando falando coisas sem pé nem cabeça e tenho divagado só no tronco.

Deve ser porque, as vezes, não falo tudo que penso. Ou porque meus “meios, meios, meios” devem deixar as pessoas mais confusas que eu, tipo aquela situação de quando tu sai de uma reunião maluca pensando... das duas, uma: ou eu sou um gênio ou eu sou uma anta, mas tô tonta e não sei se entendi tudo de tão ridículo que era ou se nas entrelinhas tinha algo que eu sou incapaz de me dar conta.

Confuso, hein? Então, falei que meu raciocínio andava sem convicção, não reclama se o início não fizer o menor sentido com o fim. O que me faz lembrar do buraco negro que é o meu cérebro quando vou dormir. Em geral começo pensando em algo prático, achando que vou fazer um check-list para o dia seguinte. Mas aí um pensamento puxa outro, que puxa outro, que vira outro... e de repente paro e não entendo porque tô pensando aquilo. Como foi que eu vim parar aqui??? Me esforço, tento buscar o fio da meada e juntar o início com o fim. Coisa de louco, porque vejo que, por exemplo, comecei simplesmente lembrando que precisava organizar o uniforme da Isabela e acabei refletindo sobre como deve ter sido a infância do Obama entre o Havaí e a Indonésia... tentando descobrir se a mãe dele era louquinha ou se a vó que era controladora... Zzzzzzz.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Minha mente anda borbulhante...

E quando isso acontece, tenho preguiça de escrever organizadamente.
Então, penso desorganizadamente que é mais fácil.
Mas é bom citar algo que organiza essa preguiça por mim.

"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania.
Depende de quando e como você me vê passar."

Clarice Lispector

*

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Uepa!

"Cruzar com o teu sorriso num dia de sol, eu até entendo.
Mas num dia chuvoso... ah, é covardia".
Ri ainda mais de nervosa.

Un, dos, tres
Un pasito p' adelante
Un, dos, tres
Un pasito p' atras

*

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Era uma vez...

Nem uma semana de Princesa do Castelo de Diamantes e a coitada da Barbie já voltou a ser plebéia. Cada dia que chego em casa minha filha me espera ansiosa para contar alguma história trágica, e pra ela comovente, que aconteceu com a nova boneca.

Primeiro a coroa quebrou e eu, que pra ela conserto e salvo tudo na vida, colei meus dedos com Super Bonder, mas até hoje não consegui coordenar as duas pontas microscópicas que eu deveria ter juntado.

Depois um dos sapatos sumiu. Ninguém sabe se ficou esquecido na casa de uma das avós, se está rolando por alguma via pública e já foi atropelado por alguma telentrega ou se vamos achar daqui uns meses dentro de alguma louça da cozinha, na minha caixinha de O.B. ou em algum bolso no próximo inverno. Tudo é possível aqui em casa. Sugeri que a Princesa pegasse emprestado os tamancos verde limão da amiga Barbie Chic Summer ou que enfaixássemos uma das pernas dela pra dar sentido ao uso de apenas um sapato real. Mas não fui muito feliz com as minhas idéias e continuamos procurando diariamente o sapatinho perdido.

Outro dia o lindo vestido volumoso e de cetim bem brilhoso voltou da Escola manchado com uma golesma desconhecida, resultado de um contato que algum colega fez com a Princesa na hora do lanchinho, mas nada de "porpósito", como ela mesma defende. Também imaginei que a golesma poderia ser "craca" seca depois de uma limpada de nariz, mas se ela não faz isso, melhor nem perguntar se algum coleguinha tem esse hábito. Ah, bobagem. Ela ainda voltou com cabeça e braços. Que graça tem ganhar brinquedo novo e não exibir na Escola, né?

Fora os longos cachos loiros que já estão uma saroba. Também, com esse tempo. Se os meus cabelos que nao são de nylon já embaraçam e se rebelam, imagina se os da Barbie iam voltar ao normal com aquele minúsculo pente mágico que vem com ela. Mulher é tudo igual, de plástico ou de pele temos todas os mesmos dramas. A gente nunca tá feliz com o cabelo mesmo.

E pra completar, hoje descobri que mais do que plebéia, agora fiz da Barbie uma mendiga. Disfarçadamente botei fora a caixa de papelão amassada que rolava entre os brinquedos e que pra mim era um lixo irritante e pra ela era o próprio Castelo de Diamantes. Tive que dar muita explicação e pedir desculpas pela insensibilidade.

Pelo menos até as pilhas acabarem e a boneca parar de cantar, a luz do colar de diamantes deixar de piscar e o vestido não mudar mais de modelo com um simples toque, ainda tenho uns dias intensos pela frente.

De qualquer forma, já tenho explicado as adversidades que a princesa tem passado pra tentar tornar tudo mais divertido e menos sofrido. A Barbie tá ficando mais solta e menos pomposa pra combinar melhor com o Kem Californiano, de bermuda, camisa estampada, tornozeleira e pés descalços. Com tanta diferença entre eles, esse amor nunca ia dar certo!

Acha que é mole?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Recebi da pessoa certa...

"Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo". Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada
pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..."

Luis Fernando Veríssimo

sábado, 18 de outubro de 2008

Mood

É como se eu olhasse com a boca e beijasse com o olho.
Perco a noção.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Entre nós

Eu ainda não sei se o amor move montanhas.
Mas já sei que nenhuma montanha imobiliza o amor.
E mesmo que as montanhas não sejam quaisquer montanhas,
Sei que esse amor não é qualquer amor!

*

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Obrigada!!!

Verão chegando e na pauta de todas as revistas femininas estão os regimes relâmpagos, as dicas mais quentes e milagrosas para ter uma boa forma, o desejo de emagrecer e poder mostrar ao mundo um corpinho mais sequinho e abusar por aí.

Pauta essa que felizmente ou infelizmente não me diz nada. Nunca foi gordinha, muito menos gorda, quem dirá obesa. No máximo mais magra ou menos magra. Nenhuma novidade pra quem me conhece há pelo menos 2 verões, nenhuma novidade pra minha família que me acompanha há 36 anos, nenhuma novidade pra mim.

Nunca me imaginei diferente, nunca me conheci de outro jeito, a não ser quando tive uma barriga gigante (e linda!) na minha gravidez. Excesso de peso concentrado na pança e que perdi completamente em menos de 10 dias depois do parto.

Acho que em muitas situações é bom ser magra, pra falar a verdade, em quase todas. É claro que várias vezes já quis ser bunduda, peituda, quadriuzida, mas nunca gorda, só gostosa localizada. Mas apesar de ser uma velha e autêntica magrela, tipo pau que nasce torto, morre torto, invariavelmente encontro alguém que me diz algo na linha do “oiiii, nossa, como tu tá magra!”.

Respira fundo. Hummmmmmmmm. Pois é, pra quem não sabe, isso me irrita profundamente. E pra quem sabe e por isso mesmo fala, agora tá aqui, registrado.

- Profundamente porque se emagreci foi algo em torno de 500g, talvez um décimo do quem disse pretende emagrecer (claro, uma magrinha nunca comenta que estou mais ou menos magra).

- Profundamente porque jamais encontro alguém e digo “oiiii, nossa, como tu ta gorda!”. Logo, é mais elegante pensar do que comentar.

- Profundamente porque quem diz isso nunca é alguém que tenha intimidade comigo. É papo de evento, de encontro casual, de quem não sabe o que falar.

- Profundamente porque fico sem graça e não sei o que dizer, não entendo a intenção do comentário, não sei se concordo, se discordo, se confesso que faz no mínimo uns 6 meses que não vejo uma balança e dou uma humilhadinha, se me faço de coitada e digo que é stress, se mudo de assunto. É um saco. Por favor, me economize dessa saia justa, que não vai fazer você emagrecer, nem eu engordar.

- Profundamente porque sempre, sem exceção, essa é uma observação tipicamente feminina. Os homens nunca comentam isso, não diretamente comigo. Ou porque acham que estou ótima assim ou porque estão se lixando pro meu peso e estão ligados em outro defeito ou virtude que eu tenha.

- Profundamente porque se minha mãe não tem comentado que eu tô mais magra, é porque eu tô super bem. Ela é a única pessoa que controla mesmo de longe se eu ando comendo mal ou mais mal ainda e vai ser a primeira a puxar a minha orelha se houver necessidade.

E me irrito mais profundamente porque até hoje, apesar de conviver a vida inteira com comentários como esse, ainda fico sem saber o que responder. Mas ainda vou seguir o conselho de um super amigo meu que se irrita como eu só de estar ao meu lado quando alguém fala isso. É muito simples. É só responder “obrigaaaaaaaada!!!”. Pelo menos essa nunca mais vai dizer que eu tô mais magra pra tentar nos iludir que é ruim ser assim.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Conclusão

Minha irmã contando que estava interessada em alguém, mas que tinha um pequeno problema: o alguém era ex de muitos anos de uma amiga.
Enquanto ela contava, tentava convencer nós duas que o problema podia ser menor que pequeno...
"Ah, ela não é assiiiiim, minha amiga. Não tenho nem o celular e o e-mail dela".
Boa! Hoje em dia quem não tá na lista de contatos é só conhecida. Vai em frente!

*

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Eu, eles, nós

Nunca confio numa casa sem porta-retratos.
Me sinto num triste lugar de ninguém, sem alma, sem cara, sem direito autoral.

Só aceito uma decoração sem eles em foto de revista ou no máximo na Casa Cor. Espaços que são pra ver, mas não pra viver.

Por isso, a minha é cheia deles. É nos porta-retratos que homenageio meus maiores amores, mantenho sempre presente o passado, vejo minha filha hoje e me enxergo ontem.

Histórias felizes para contar e olhar todos os dias, sorrisos emoldurados, abraços intermináveis e olhos que nunca mais perdem seu brilho. É isso o que eu quero sempre perto de mim.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Depois a louca sou eu

- Alô.
- Oi. O gato se foi.
- Jura? Terminaram?
- Não, guria. O outro gato.
- Tinha outro no meio???
- Nãããããão, em cima.
- Dando em cima de ti? Quem?? Me conta!
- Sua louca, não posso falar.
- Então porque tu me ligou?
- Só queria te contar.
- Contar o que, sua maluca?
- Que o gato se jogou do telhado. Beijo.

*

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Vamos nos encontrar uma hora dessas?

Almocinho casual com as amigas. Euforia e mil sugestões pra escolher o restaurante. Todas concordam, a gente merece (sempre falamos isso pra justifcar alguma extravagância). Tem que ser um lugar bacana e de preferência caro. As solteiras querem “grupo de convívio”, então nem pensar uma opção aconchegante e discreta, muito menos japa, que eu odeio e as amigas me respeitam.

Escolhido o restaurante, pra definir a mesa e quem senta onde nem é preciso negociar, basta a gente se olhar. É óbvio. Casadas de frente pras solteiras. Solteiras de frente pro “grupo de convívio”.

A conversa começa no estacionamento. Pra falar a verdade nos emails que trocamos pra combinar o tal almoço. Acho que até antes, quando falamos em almoçar juntas qualquer dia desses, mais exatamente, naquela manhã.

O garçom se aproxima uma vez, duas, três, nem sei quantas. Na primeira a gente ainda é educadinha, sorrimos, pegamos o cardápio, um pause nas línguas e pedimos uns minutinhos até escolhermos os pratos. Pra facilitar, Coca Zero pra todas, assim não perdemos tempo. Prefiro nem explicar que a minha é sem limão e sem gelo. Vai vir errado mesmo.

Logo depois dos sorrisos, nenhuma de nós enxerga mais o “moço”. Nem que ele subisse na mesa ia conseguir fazer o pedido. Continuamos falando loucamente, segurando os cardápios, talvez até de cabeça pra baixo. Nem pensar em dar outro pause. Dali em diante só forward que ainda temos muita coisa pra falar.

A gente acredita, mesmo, que ninguém vai notar que o assunto é sacanagem quando de repente inclinamos nossos corpinhos pra frente, baixamos abruptamente o volume da voz e depois nos jogamos pra trás na cadeira dando risadas cafajestes. Não, ninguém vai notar. Principalmente porque nenhuma fez gestos universais. Não, claro que não. A gente lembrava que tava num, num... restaurante.

Uma de nós (claro, não eu) se dá conta que a gente foi lá pra almoçar. Depois de meia hora segurando os cardápios, nos dirigimos ao buffet. Aliás, escolhemos aquele lugar justamente por causa do buffet famoso e delicioso. E eu, que detesto salada, mas não sou boba, entro na fila junto com as minhas amigas, nem que seja pra pegar uma azeitona e um ovinho de codorna. Imagina esperar elas na mesa e perder alguma história. Com a velocidade das conversas elas não vão nem lembrar o que falavam enquanto eu fazia pouco caso dos verdes, muito menos vão querer repetir tudo pra mim. Adoro azeitona!

Voltamos, falando, servimos o prato quente, falando, a sobremesa, falando, pedimos o café, falando, a conta... Nem sei o que eu comi, e se comi. Mas lembro que passei por todas as etapas de um almocinho casual. Posso até ter comido um brócoli e nem vi.

As criaturas do "grupo de convívio" (denominação nossa para vida social) deviam se perguntar: mas que tanto elas falam? De tudo. Tudo mesmo. Falamos mal, muito mal diga-se de passagem, de um monte de gente, da conhecida brega, mas infelizmente gostosa, dos filhos que já temos e dos que ainda virão, de silicone, decoração, maquiagem, cremes, perfumes e afins, tendências do verão, dinheiro e a falta de mais dinheiro, viagens, trabalho, falta de tempo, regime, terapia, marido, ex-marido, case, prospect, depilação, cinema, empregada, receita de pudim de leite (o profi, furadinho e que desmancha na boca), o que vamos fazer no ano novo, sexo, amor, sexo de novo, lingerie e nem sei mais o que, porque perdi algumas conversas paralelas.

Depois do almoço e de umas duas Neosaldinas pra cada uma, voltamos a trocar emails pra combinar de sair pra jantar uma noite dessas. “Combinado! Até à noite então!” Isso mesmo, a noite do dia do almoço. Afinal, a gente precisava se encontrar pra botar o papo em dia. E pra facilitar, Patricia bem gelada pra todas, assim não perdemos tempo.

domingo, 21 de setembro de 2008

Deve ser a pilha


O chuveiro esfriou, deve ser a pilha.
A boneca quebrou, deve ser a pilha.
O colar arrebentou, deve ser a pilha.
A janela emperrou, deve ser a pilha.
A pintura esfolou, deve ser a pilha.
O microondas apagou, deve ser a pilha.
O filtro da água secou, deve ser a pilha.
O gás acabou, deve ser a pilha.

Eu ia ser tão mais feliz se tudo que acontece na minha casa
dependesse só de mim pra trocar a pilha.

*

terça-feira, 16 de setembro de 2008

80´s love

Ouvir essa música me deixa num estado absurdo de alegria.
Adoro a edição, o figurino e a coreografia com passinhos ao estilo Flashdance.
Uma pérola que hoje lembrei que me fazia um bem danado.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Esse é o nome mais lindo pra mim, o mais alegre, o mais saltitante, o mais doce.

Sempre imaginei esse dia, quando ela daria sua própria forma pro nome que eu escolhi. E sempre disse que se um dia fizesse uma tatuagem, seria exatamente essa. O nome dela, escrito por ela assim que aprendesse, porque nenhuma outra marca no meu corpo seria capaz de fazer sentido até o fim da minha vida.

Pensei na parte interna no pulso, algo delicado. Um lugar pouco visível a outros olhos, mas ao alcance dos meus. E se eu ainda tiver mais um amor como esse, posso tatuar o nome dele no outro pulso, porque amor de mãe não faz diferença entre seus filhos.

Esse dia chegou e agora morro de medo da dor. Mas que fique bem claro, minha filha, que esse pedacinho de papel digitalizado tem o mesmo significado pra mim. E caso eu tome coragem, vamos fazer uma combinação desde já. Se um dia vier um irmãzinho ou uma irmãzinha, escolheremos juntas um nome mais curtinho que o teu, tipo Ana, Tom... Estamos combinadas?

Nada que ultrapasse a média

Até onde sei, tenho capacidade de discernir o alinhado do torto, o compreensível do sem desculpa e o risco calculado da roubada anunciada. Não sou a razão em pessoa, nem santa, mas também não sou uma louca transgressora. Sou uma certinha mediana, que um dia até soube decor e salteado os 10 mandamentos.

Nessas alturas da vida só lembro de três: não matar, não roubar e não desejar a mulher do próximo. Ih, já subverti todos eles. Já matei vários leões por dia, já roubei da minha filha jogando memória e não só desejei o homem da próxima como fiz coisas bem piores. Pela lógica, se eu não cometi as outras sete infrações, cheguei bem perto. Se tivesse pontuação no RG acho que eu já perdido o meu.

Mas como nem tudo tem lógica... posso ter me saído bem e ser mesmo uma certinha mediana, dessas que leva uma multa aqui, outra ali, mas continua abanando as tranças por aí sem cometer grandes atrocidades.

domingo, 14 de setembro de 2008

Pendência: que está pendente, ainda não terminou

Isso é o que diz o dicionário. Pra mim, é perrengue, pendurado, pé no saco, pedra no sapato.

É, eu tenho um sério problema com pendências. Odeio, detesto, tenho pavor, me irrito e posso até ficar mal. Não que eu conheça alguém que verbalizou que ama uma pendência na vida, mas conheço muitas pessoas que convivem bem com elas, adoram somar novas e multiplicar velhas. Difícil de entender. Gente pendente me agonia. Por isso, não satisfeita com as minhas, muitas vezes me incomodo com as pendências dos outros também. Fico louca pra montar um follow up, um plano de ação, um cronograma e dar uma coordenadinha.

Todos os tipos de pendência me incomodam, desde as mais inofensivas até as mais cabeludas. Tenho a sensação que pendência não deixa ninguém ir adiante de verdade. Parece cadeira pré-requisito na faculdade, não adianta fingir que ela não existe e deixar pra depois, uma hora vai trancar tudo que vem pela frente.

Me incomodo quando não consigo fazer as unhas, quando me enrolo pra começar a ler um livro que já comprei, quando esqueço de comprar o presente do colega de Escola da minha filha, quando ouço a empregada repetindo que falta alvejante, quando preciso retomar o inglês e não faço nada, quando não priorizo o necessário, quando não tenho coragem de agir sobre uma decisão que já tomei... quando isso, quando aquilo. A lista é interminável e como é de pendências, é uma lista negra.

E quando elas não dependem só de mim? Ah, aí babaus follow up, plano de ação, cronograma... só com alguma técnica de respiração e imaginando anjos tocando arpa na minha volta pra me manter serena e poliana.

Mas eu não dou mole. Se eu não deixo claro quem é que manda (pelo menos pras que dependem só de mim), elas se procriam enquanto eu durmo. E mesmo sendo dura assim, pra cada uma que eu mato, nascem dez. Tem que ficar de olho, ter disciplina e ir riscando elas como dá.

E pra as que eu não dei atenção quando devia e deixei entrarem pro grupo das mais cabeludas, uma hora elas vão terminar. Afinal, o dicionário disse que se é pendência, é porque AINDA não terminou. Então é só uma questão de tempo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vontade não é pecado

A gordinha sabe que não dá pra ter tudo na vida, que não pode mais continuar assim e que se não tiver força de vontade pra virar a mesa, as coisas não vão mudar. Como diz uma amiga minha e da gordinha, “pra viver o diferente, tem que fazer diferente” - frase de auto-ajuda que nossa amiga lançou não por acaso durante nosso almoço.

Sim, sim, a gordinha tem consciência da situação, sabe o que tem que fazer e como, mas ainda dorme e acorda com o pecado da gula na cabeça. Humm, entendo a gordinha.
* Pecado da Gula: “...desejo desordenado pelo prazer com a comida. A intoxicação injustificada é uma completa perda da razão”.

E é aí que mora o perigo. A gordinha tenta se focar na dieta, mas quando se perde e se descontrola, tem vontade de comer o que deixou pra trás e o que vai ter que deixar pela frente. Mas ela tenta se conter e devora moderadamente, se é que isso é possível.

Mas a gordinha também acredita que um dia vai conseguir trocar o pecado da gula por outro pecado qualquer. Enquanto isso, ela se conforta numa frase de auto-consolo dita por outra amiga pra diminuir sua culpa... “Aproveite o momento. Lembre-se das mulheres do Titanic que tinham acabado de recusar a sobremesa”.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Motel Multimídia

Para variar fiz as unhas e sai correndo, com as mãos estaqueadas tentando controlar meus gestos estabanados. Botei a chave na ignição com jeitinho e segui com óleo secante engordurando a direção. Arrisquei no máximo ligar o rádio e nem ousei ficar pipocando atrás de uma música bacana. Liguei e fiquei ali, onde já ele tava sintonizado.

Foi quando ouvi um spot de um antigo motel da cidade vendendo seu mais novo diferencial... “E agora com internet wireless para o seu conforto”. Conforto? Pra que diabos alguém quer se sentir confortavelmente online num motel?

Ou o proprietário não sabe mais como reinventar seu negócio, ou sou desinformada e isso já existe há tempo ou sou muito criativa num motel, porque não vi o menor sentido no novo apelo comercial do estabelecimento. Por via das dúvidas, fiquei tentando imaginar algumas situações que justificassem a conexão.

- No maior aquece a garota lembra que esqueceu de programar no home banking o pagamento das contas que vencem naquele dia. Um só diazinho de atraso e lá se vai 10% de multa.

- O cara resolve experimentar o famoso remedinho azul. Só não sabia que o efeito leva algumas horas. E como "time is money" e ele ta pagando a pernoite, melhor botar em dia a caixa de entrada lotada e zerar aquele monte de email enquanto a brincadeira não começa.

- Aniversário do ex, ela e o novo amante combinaram uma sexy rave a dois no motel (daquelas que atravessam dias). Vai parecer que é recalque não mandar um parabenzinho pelo Orkut. Entre um rala e rola e outro, mandar as felicitações e aproveitar pra dar uma conferida rápida nos scraps do dia não vai fazer mal a ninguém.

- A filha foi morar no exterior e elas religiosamente se dão um "hello" todos os dias. Entre estudar e lavar pratos, a menina tem 1 hora. E pelo fuso horário a hora é justo aquela. Se a mãe não der uma entradinha no MSN a filha pode achar que aconteceu algo grave.

- O casal que transa só em ocasiões especiais foi comemorar o aniversário de casamento. Eles querem novidade, mas a falta de prática deixou eles bloqueados. O Google pode ser uma boa saída. É só buscar por “kamasutra” que vai aparecer de tudo. Até o passo a passo das 28 posições com animações 3D em Flash pra não errar!

Nada disso! Eu que não tenho visão estratégica! Hoje mesmo tava discutindo numa reunião da agência a Estratégia do Oceano Azul, livro de W. Chan Kim . Claro, o tal motel quer buscar oportunidades de negócio criando novas demandas e nichos de mercado!! Hummm... agora faz sentido a internet nos quartos.

No meio da loucura das organizações deve ter muita gente procurando um lugar tranqüilo pra trabalhar, limpar a pauta e aumentar sua produtividade. Quer lugar melhor?

Daqui a pouco os motéis por aí já vão investir até em modernos equipamentos de vídeo conference. Porque na era digital não importa onde (e com quem) a gente tá. Vai por mim!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Eu também te amo!

Volta das férias na Escolinha da minha filha.
Ainda bem que no maternal quem decide quando ela sai de férias, sou eu.
Assim ainda posso programar as minhas.
É uma troca de vivências que dá gosto.
Uns vão pra serra, outros pra praia, pro campo e alguns vão mais longe.
Cada um tem uma história pra contar e algo novo pra ensinar...
- Mãe, a Cecília foi pra França.
- Que legal, minha filha! E aí, o que ela contou?
- Ela disse que lá todo mundo fala diferente e ela me ensinou a falar francês.
- Ah, então fala!
Eu já achando que vinha aquela piadinha... "francês"!
- É assim, mãe... A lovi iu!

*

domingo, 7 de setembro de 2008

Se o meu carro falasse

De uns tempos pra cá quem mais conhece minhas emoções é o meu carro. Invariavelmente entro nele e ligo o som. Sim, porque emoção que se preze tem trilha sonora.

Sozinha, naquela penumbrinha do insulfilm, vidros fechados e ar ligado no quentinho ou no geladinho, sentada confortavelmente, com um espelho por perto pra eu conferir minha dramaturgia e um som bem alto... ah, nele eu encontro tudo que preciso pra me soltar sem constrangimento, com a mais pura verdade do meu momento.

Já chorei muitas vezes lá dentro, lágrimas daquelas que simplesmente correm olho abaixo, lágrimas que pulam freneticamente pra tudo que é lado, lágrimas quase secas que viram soluços com som de ã-ã-ã-ã-ã. Chorei de tão cansada e esgotada, chorei de triste, chorei de saudade, chorei de raiva, chorei por me sentir perdida, chorei por me sentir pressionada, chorei, chorei, chorei. Muitas vezes já fiz trajetos bem maiores do que eu precisava pra dar tempo de chorar tudo que eu tinha vontade.

Mas também já gastei mais gasolina pra rir, pra gritar de alegria, pra sentir o vento forte nos meus cabelos, pra prestar atenção nas luzes da cidade ou no céu azul e embalar minha felicidade, que às vezes não cabe dentro do peito, com o som no volume máximo (um máximo que me permita entender que música eu tô ouvindo, porque até hoje não coordeno aqueles botões complexos de equalizar e vivo desregulando tudo).

Se é pra chorar, eu ouço, introjeto cada dó-ré-mi da música e soooooooofro. Se é pra rir eu canto, ou melhor, eu berro. Sigo o ritmo e não necessariamente domino a letra, mas eu disfarço e ainda tento dançar da cintura pra cima. Eu não percebo, mas o carro deve se sacudir todo. E claro, minha boca que já não é pequena rasga um sorriso absurdo. E pra completar, dou gritos batendo na direção de tão doida, de tão feliz. Uma lady.

Fico pensando nos pobres seres que param ao meu lado na sinaleira. Ainda bem que só param estranhos (isso é o que acho e prefiro continuar achando pra manifestar minhas emoções sem restrições). Nem quero pensar que já parou alguém conhecido ao meu lado e assistiu minhas performances de camarote. A minha platéia é o retrovisor e assim quero que seja.

Tá bom. Preciso confessar que já me pegaram na tampinha sim. Dias complicados, sentimentos a flor da pele. Tava lá eu. Eu e ele, o meu carro. Estacionei num posto que nem costumo ir, justamente pra não correr o risco de encontrar alguém. As últimas lágrimas pingando antes que eu descesse, quando ouvi um “Crisssssssss” do carro do lado. Congelei e pensei, ai meu santinho, ferrou, vou ter que fazer cara de “Oiiiiiiiii, que bom te encontrar! Que nada, eu chorando? Imagina”. Ufa! Era minha amiga-irmã, praticamente minha Vigilante do Choro. Acabamos morrendo de rir do flagra.

Mas aquela foi uma avulsa coincidência, porque aquele momento é só meu, muito meu, mais meu do que qualquer outro do dia ou da noite. Meu carro é a minha bolha móvel. Afinal, fora dele quase nunca estou sozinha de fato pra poder extravasar como um ser praticamente irracional que não controla suas emoções. Não se preocupe, nunca atropelei ninguém. Mesmo com a cérebro mole e emocionado eu sempre chego aos destinos sã e salva, assim como todos que cruzaram comigo no caminho. E melhor, mais equilibrada!

É. Meu carro não fala. Mas é como se cantasse pra mim...
“And darling, darling stand by me.
Oh, now, now, stand by me
Stand by me, stand by me…”