quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Tipo assim, a gente ama amar

Estou numa loja de make up no shopping, calmamente experimentando algumas novidades quando entra desesperada uma menina, uns 30 anos, loirinha, cara lavada, look tipo "sai de casa como tava pra resolver algo aqui bem rapidinho" (lei de Murphy na certa). Cabelos, pele e roupa num tom sur tom de bege, tipo "menos sexy impossível".

- Por favor, gurias! Preciso de ajuda. Acabei de encontrar o amor da minha vida aqui e ele não pode me ver assim, tão simplinha, tão sem graça, tão, tão...

Para nós mulheres, ela falou a expressão mágica: "Amor da minha vida". Tanto para mim, única cliente naquele momento na loja, como para as duas vendedoras, isso foi mobilizador, pra não dizer emocionante.

Imediatamente levamos ela pra cadeira de maquiagem. Eu palpitando e minhas mais novas amigas de 30 segundos atrás, executando o serviço.

Uma base pra pele tipo "eu nasci perfeita assim", um blush tipo "eu tenho a cor do verão, sou saudável e iluminada", máscaras para cílios, tipo "principalmente as loiras não podem viver sem" e um batonzinho cor de boca, tipo "te quiero". E já que não ia dar pra mudar o look, solta o cabelo preso com piranha, tipo "eu tava faxinando a casa" e joga pra frente e pra trás.

Nunca tinha visto e participado de uma transformação tão rápida e me senti tão envolvida. Todas ficamos nitidamente felizes com a situação, porque quando o assunto é tipo "o amor da minha vida", todas as mulheres se entendem.