segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Muito, muito, muito
Em primeiro lugar, preciso dizer que a idéia do Blog nunca foi a de ser um diário, mas um espaço pra eu escrever, despretensiosamente, coisitas que eu tava a fim. Jamais quis mais um compromisso na minha vida, por isso esse sumiço.
Claro, dezembro cheio, lotado, tempo pra nada e pra tudo. Menos pra escrever aqui. Mês cheio de coisas boas, de encontros, comemorações e confraternizações que não acabam mais. Me superei. Comemorei tudo, brindei tudo, me reuni com todos. Festanças, festas, festinhas, almoços, jantinhas, choppinhos, champas, êta nós! Não deixei de celebrar nada do que foi importante, nem de valorizar momentos e pessoas importantes, profissionais ou pessoais. E o que não celebrei é melhor esquecer. Foi um ano intenso, em todos os sentidos.
E nessa época, impossível não fazer o velho resgate do ano no tempinho que sobra, enquanto tomo banho, fico presa num engarrafamento ou espero o microondas apitar. Penso no que fiz, no que deixei de fazer, no que poderia ter feito diferente.
Se eu tivesse que resumir em uma palavra o meu 2008, seria MUITO. Tô lendo um livro que fala em traduzir pessoas, lugares e situações em uma única palavra e esse é um exercício bárbaro! Adorei isso e aí avaliando o que rolou, essa palavra me pareceu perfeita.
Em 2008 trabalhei muito, chorei muito, amei muito, dei muita risada, me diverti muuuuuito, dancei muito, estive muito com os meus amigos, bati muito o carro, acreditei muito, gastei muito, me achei muito bonita, mudei de idéia muitas vezes, me machuquei muito, fiz e vivi tudo muito. Ouvi meu coração mais do que nunca, deixei muitas vezes de lado a razão e a intuição, o que pra mim significa muitas coisas. Posso me arrepender do que eu fiz (talvez), do que eu não fiz... vai ser difícil, poderia sim ter feito diferente algumas coisas, mas não fiz e tive os meus motivos. Me arrepender é algo realmente raro, não impossível. Tá bem, poderia ter sido mais malandra, ter investido menos energia e tempo no que já tava resolvido, ter sido menos teimosa... mas eu sou muito, não tem mais ou menos. Então fui eu e isso é o que vale!
Mas se diante os meus MUITO de 2008 eu ainda tivesse que eleger os “MAIS MUITO” que valeram MUITO à pena?
Foi o ano que mais declarações de amor recebi. Em verso, em música, em gesto, em olhar, em palavras, beijos e abraços. Muito! Minha filha cresceu (muito também). Em tamanho, mas principalmente em maturidade. Meu bebê se foi. E assumir isso não deixa de ser bem difícil. Ontem ainda eu e minha irmã olhávamos fotos dela de alguns anos e meses atrás e foi uma festa. Rimos horrores lembrando de situações, vendo macaquices e coisas que marcaram esses 4 anos. Rimos, mas nosso coração ficou apertado de saudade de um passado tão recente. Mais do que ter uma filha, esse ano ganhei uma amiga pra todas as horas, uma companheirinha ímpar, que me cuida em todos os momentos com um amor absurdo e me conhece como ninguém. Nosso amor esse ano foi uma avalanche. Agora eu amo e recebo de volta meu amor da maneira mais inspiradora, criativa e instantânea que pode existir, porque ela forma frases complexas pra me dizer isso, me surpreende, me homenageia todos os dias, me faz sentir a pessoa mais linda e importante desse mundo. Pra ela eu sou completa, a melhor, a maior, a única e insubstituível. E amor nunca é demais, por isso dou muito, ganho muito. O orgulho que sinto de mim ao sentir tanto orgulho dela, é MUITO, em 2008 e em todos os anos da minha vida, com certeza.
E depois da minha filha, os meus amigos foram o meu outro MUITO que merece destaque esse ano. Me dediquei muito a eles, aos antigos, algumas amizades com mais de 20 anos, e aos novos. Sem dúvida foi o ano (depois da minha adolescência) que mais tive eles por perto, que mais nos demos atenção, que mais curti cada um e fui curtida, que mais nos divertimos, que mais nos encontramos, que mais inventamos motivos para estar juntos. Priorizei a amizade, fui uma amiga e tanto, assim como eles.
Pra mim, pra minha filha e pros meus amigos (e minha família que é o meu muito eterno) só quero MUITO que tudo se realize no ano que vai nascer. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender!
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Chegou ele. O amigo secreto, direto ou elétrico!
Começou a função. Amigo secreto do nosso pequeno, nem tão pequeno, grupinho da firma.
A sacanagem, a discórdia e as risadas rolam soltas. Todo mundo ligado na tomada. Na tirada dos papeizinhos parecia mais inimigo secreto, porque os comentários eram do tipo: "puuuuuuutz, não acredito!"; "eu sabia, sempre dou o maior azar!"; "posso trocar?" e assim por diante.
Uns querem lista, outros preferem o idealismo de usar a criatividade pensando no amigo. Tudo vira discussão. Ahã, criatividade com 30 reais num shopping bombando e o amigo sendo o chefe. Beleza!
Eu já começo desanimada. Sempre tiro o mais rico, o mais exigente e que apóia a causa da criatividade e sou tirada pelo mais pobre, mais brega e que decide não seguir minha sugestão e também ser criativo. Esse pessoalzinho da propaganda é fogo. Hello gente, não é hora de ser criativo!
Ainda bem que quem compra o presente pro amigo do chefe é a secretária. Ou pior? É um risco.
Começa a rolar a lista. Quem quer sugere, quem não quer ferra o amigo com a tal criatividade. Ou se ferra, é um risco, de novo.
Uma pede um mata mosca. Oi? Mas que tipo de mata mosca? Ah, moreno, alto e que "caiba bem". Presta atenção na descrição do utensílio! Ah, entendi a piada. Mas a parte do caiba bem... demoro um pouco. Hummm... peguei! A propósito quem nao quer um presente sob medida?
O meu amigo nos primeiros 5 minutos me manda um email me chamando de amiga ex-secreta e pergunta o que eu quero. Assim, sem disfarce. Ou é doido (e isso é mesmo) ou tá enganando a torcida e eu também. Os mais previsíveis podem surpreender nessas horas.
Não vale cartão presente. Se bem que o nosso cliente precisa atingir as metas do produto. Ah, nem vem, cartão presente é descaso com o amigo, preguiça de pensar. Mesmo que a gente mesmo faça propaganda dizendo que é "um mundo de escolhas pra quem recebe". Sei. Se bem que evita aquele risco do amigo criativo sem noção.
Bem. Agora começa a função da festinha. Aliás, nunca vi como a gente se relaciona na firma.
A sacanagem, a discórdia e as risadas rolam soltas. Todo mundo ligado na tomada. Na tirada dos papeizinhos parecia mais inimigo secreto, porque os comentários eram do tipo: "puuuuuuutz, não acredito!"; "eu sabia, sempre dou o maior azar!"; "posso trocar?" e assim por diante.
Uns querem lista, outros preferem o idealismo de usar a criatividade pensando no amigo. Tudo vira discussão. Ahã, criatividade com 30 reais num shopping bombando e o amigo sendo o chefe. Beleza!
Eu já começo desanimada. Sempre tiro o mais rico, o mais exigente e que apóia a causa da criatividade e sou tirada pelo mais pobre, mais brega e que decide não seguir minha sugestão e também ser criativo. Esse pessoalzinho da propaganda é fogo. Hello gente, não é hora de ser criativo!
Ainda bem que quem compra o presente pro amigo do chefe é a secretária. Ou pior? É um risco.
Começa a rolar a lista. Quem quer sugere, quem não quer ferra o amigo com a tal criatividade. Ou se ferra, é um risco, de novo.
Uma pede um mata mosca. Oi? Mas que tipo de mata mosca? Ah, moreno, alto e que "caiba bem". Presta atenção na descrição do utensílio! Ah, entendi a piada. Mas a parte do caiba bem... demoro um pouco. Hummm... peguei! A propósito quem nao quer um presente sob medida?
O meu amigo nos primeiros 5 minutos me manda um email me chamando de amiga ex-secreta e pergunta o que eu quero. Assim, sem disfarce. Ou é doido (e isso é mesmo) ou tá enganando a torcida e eu também. Os mais previsíveis podem surpreender nessas horas.
Não vale cartão presente. Se bem que o nosso cliente precisa atingir as metas do produto. Ah, nem vem, cartão presente é descaso com o amigo, preguiça de pensar. Mesmo que a gente mesmo faça propaganda dizendo que é "um mundo de escolhas pra quem recebe". Sei. Se bem que evita aquele risco do amigo criativo sem noção.
Bem. Agora começa a função da festinha. Aliás, nunca vi como a gente se relaciona na firma.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Hohoho
Preciso contar, já que ninguém ainda viu, além de nós duas. Muito menos o papai noel.
Na nossa casa já é natal. Beeeeem natal. Só aqui e nos shoppings.
Vai explicar que eles já decoraram tudo porque o varejo precisa antecipar as vendas.
*
Na nossa casa já é natal. Beeeeem natal. Só aqui e nos shoppings.
Vai explicar que eles já decoraram tudo porque o varejo precisa antecipar as vendas.
*
Como eu sempre digo... E agora, José?
- Mãe, tu sabe beijar na boca?
- Ããã???
- Só adulto beija na boca, né?
- Ahã!!!
- Quando eu "ser" adulta que nem tu e tiver 36 anos, tu me ensina?
- Hãããã...
- Tá quase, mãe. Porque o "4 anos" é perto do 3 e é quase o 6!
*
- Ããã???
- Só adulto beija na boca, né?
- Ahã!!!
- Quando eu "ser" adulta que nem tu e tiver 36 anos, tu me ensina?
- Hãããã...
- Tá quase, mãe. Porque o "4 anos" é perto do 3 e é quase o 6!
*
Qual era o assunto mesmo?
Nos últimos dias me ensaiei várias vezes pra escrever, mas não fui além de uma linha. Raciocínio sem convicção não dá. Escrever é emitir uma opinião, mesmo que confusa, mas no fim quem escreve, e principalmente quem lê, tem que entender qual era ao assunto afinal. Dica básica da redação: começo, meio e fim. Não escrevi mais exatamente por isso, porque ando com dificuldade pra explicar o começo e pra identificar o fim. Por mim, agora eu só escrevia texto com meio, meio, meio.
Muita gente diz que eu escrevo como falo e que me ler é como me ouvir, me ver. Notando minha falta temporária de nexo, parei de escrever, mas não de falar. Não tem como. Ainda bem que ninguém me disse, ainda, que ando falando coisas sem pé nem cabeça e tenho divagado só no tronco.
Deve ser porque, as vezes, não falo tudo que penso. Ou porque meus “meios, meios, meios” devem deixar as pessoas mais confusas que eu, tipo aquela situação de quando tu sai de uma reunião maluca pensando... das duas, uma: ou eu sou um gênio ou eu sou uma anta, mas tô tonta e não sei se entendi tudo de tão ridículo que era ou se nas entrelinhas tinha algo que eu sou incapaz de me dar conta.
Confuso, hein? Então, falei que meu raciocínio andava sem convicção, não reclama se o início não fizer o menor sentido com o fim. O que me faz lembrar do buraco negro que é o meu cérebro quando vou dormir. Em geral começo pensando em algo prático, achando que vou fazer um check-list para o dia seguinte. Mas aí um pensamento puxa outro, que puxa outro, que vira outro... e de repente paro e não entendo porque tô pensando aquilo. Como foi que eu vim parar aqui??? Me esforço, tento buscar o fio da meada e juntar o início com o fim. Coisa de louco, porque vejo que, por exemplo, comecei simplesmente lembrando que precisava organizar o uniforme da Isabela e acabei refletindo sobre como deve ter sido a infância do Obama entre o Havaí e a Indonésia... tentando descobrir se a mãe dele era louquinha ou se a vó que era controladora... Zzzzzzz.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Minha mente anda borbulhante...
E quando isso acontece, tenho preguiça de escrever organizadamente.
Então, penso desorganizadamente que é mais fácil.
Mas é bom citar algo que organiza essa preguiça por mim.
"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania.
Depende de quando e como você me vê passar."
Clarice Lispector
*
Então, penso desorganizadamente que é mais fácil.
Mas é bom citar algo que organiza essa preguiça por mim.
"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania.
Depende de quando e como você me vê passar."
Clarice Lispector
*
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Uepa!
"Cruzar com o teu sorriso num dia de sol, eu até entendo.
Mas num dia chuvoso... ah, é covardia".
Ri ainda mais de nervosa.
Un, dos, tres
Un pasito p' adelante
Un, dos, tres
Un pasito p' atras
*
Mas num dia chuvoso... ah, é covardia".
Ri ainda mais de nervosa.
Un, dos, tres
Un pasito p' adelante
Un, dos, tres
Un pasito p' atras
*
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Era uma vez...
Nem uma semana de Princesa do Castelo de Diamantes e a coitada da Barbie já voltou a ser plebéia. Cada dia que chego em casa minha filha me espera ansiosa para contar alguma história trágica, e pra ela comovente, que aconteceu com a nova boneca.
Primeiro a coroa quebrou e eu, que pra ela conserto e salvo tudo na vida, colei meus dedos com Super Bonder, mas até hoje não consegui coordenar as duas pontas microscópicas que eu deveria ter juntado.
Depois um dos sapatos sumiu. Ninguém sabe se ficou esquecido na casa de uma das avós, se está rolando por alguma via pública e já foi atropelado por alguma telentrega ou se vamos achar daqui uns meses dentro de alguma louça da cozinha, na minha caixinha de O.B. ou em algum bolso no próximo inverno. Tudo é possível aqui em casa. Sugeri que a Princesa pegasse emprestado os tamancos verde limão da amiga Barbie Chic Summer ou que enfaixássemos uma das pernas dela pra dar sentido ao uso de apenas um sapato real. Mas não fui muito feliz com as minhas idéias e continuamos procurando diariamente o sapatinho perdido.
Outro dia o lindo vestido volumoso e de cetim bem brilhoso voltou da Escola manchado com uma golesma desconhecida, resultado de um contato que algum colega fez com a Princesa na hora do lanchinho, mas nada de "porpósito", como ela mesma defende. Também imaginei que a golesma poderia ser "craca" seca depois de uma limpada de nariz, mas se ela não faz isso, melhor nem perguntar se algum coleguinha tem esse hábito. Ah, bobagem. Ela ainda voltou com cabeça e braços. Que graça tem ganhar brinquedo novo e não exibir na Escola, né?
Fora os longos cachos loiros que já estão uma saroba. Também, com esse tempo. Se os meus cabelos que nao são de nylon já embaraçam e se rebelam, imagina se os da Barbie iam voltar ao normal com aquele minúsculo pente mágico que vem com ela. Mulher é tudo igual, de plástico ou de pele temos todas os mesmos dramas. A gente nunca tá feliz com o cabelo mesmo.
E pra completar, hoje descobri que mais do que plebéia, agora fiz da Barbie uma mendiga. Disfarçadamente botei fora a caixa de papelão amassada que rolava entre os brinquedos e que pra mim era um lixo irritante e pra ela era o próprio Castelo de Diamantes. Tive que dar muita explicação e pedir desculpas pela insensibilidade.
Pelo menos até as pilhas acabarem e a boneca parar de cantar, a luz do colar de diamantes deixar de piscar e o vestido não mudar mais de modelo com um simples toque, ainda tenho uns dias intensos pela frente.
De qualquer forma, já tenho explicado as adversidades que a princesa tem passado pra tentar tornar tudo mais divertido e menos sofrido. A Barbie tá ficando mais solta e menos pomposa pra combinar melhor com o Kem Californiano, de bermuda, camisa estampada, tornozeleira e pés descalços. Com tanta diferença entre eles, esse amor nunca ia dar certo!
Acha que é mole?
Primeiro a coroa quebrou e eu, que pra ela conserto e salvo tudo na vida, colei meus dedos com Super Bonder, mas até hoje não consegui coordenar as duas pontas microscópicas que eu deveria ter juntado.
Depois um dos sapatos sumiu. Ninguém sabe se ficou esquecido na casa de uma das avós, se está rolando por alguma via pública e já foi atropelado por alguma telentrega ou se vamos achar daqui uns meses dentro de alguma louça da cozinha, na minha caixinha de O.B. ou em algum bolso no próximo inverno. Tudo é possível aqui em casa. Sugeri que a Princesa pegasse emprestado os tamancos verde limão da amiga Barbie Chic Summer ou que enfaixássemos uma das pernas dela pra dar sentido ao uso de apenas um sapato real. Mas não fui muito feliz com as minhas idéias e continuamos procurando diariamente o sapatinho perdido.
Outro dia o lindo vestido volumoso e de cetim bem brilhoso voltou da Escola manchado com uma golesma desconhecida, resultado de um contato que algum colega fez com a Princesa na hora do lanchinho, mas nada de "porpósito", como ela mesma defende. Também imaginei que a golesma poderia ser "craca" seca depois de uma limpada de nariz, mas se ela não faz isso, melhor nem perguntar se algum coleguinha tem esse hábito. Ah, bobagem. Ela ainda voltou com cabeça e braços. Que graça tem ganhar brinquedo novo e não exibir na Escola, né?
Fora os longos cachos loiros que já estão uma saroba. Também, com esse tempo. Se os meus cabelos que nao são de nylon já embaraçam e se rebelam, imagina se os da Barbie iam voltar ao normal com aquele minúsculo pente mágico que vem com ela. Mulher é tudo igual, de plástico ou de pele temos todas os mesmos dramas. A gente nunca tá feliz com o cabelo mesmo.
E pra completar, hoje descobri que mais do que plebéia, agora fiz da Barbie uma mendiga. Disfarçadamente botei fora a caixa de papelão amassada que rolava entre os brinquedos e que pra mim era um lixo irritante e pra ela era o próprio Castelo de Diamantes. Tive que dar muita explicação e pedir desculpas pela insensibilidade.
Pelo menos até as pilhas acabarem e a boneca parar de cantar, a luz do colar de diamantes deixar de piscar e o vestido não mudar mais de modelo com um simples toque, ainda tenho uns dias intensos pela frente.
De qualquer forma, já tenho explicado as adversidades que a princesa tem passado pra tentar tornar tudo mais divertido e menos sofrido. A Barbie tá ficando mais solta e menos pomposa pra combinar melhor com o Kem Californiano, de bermuda, camisa estampada, tornozeleira e pés descalços. Com tanta diferença entre eles, esse amor nunca ia dar certo!
Acha que é mole?
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Recebi da pessoa certa...
"Pensando bem em tudo o que a gente vê e vivencia e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente.
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo". Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada
pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..."
Luis Fernando Veríssimo
Existe uma pessoa que se você for parar pra pensar é, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa faz tudo certinho!
Chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas, mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor... A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar que é pra na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira.
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa.
Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas.
Essa pessoa vai tirar seu sono.
Essa pessoa talvez te magoe e depois te enche de mimos pedindo seu perdão.
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar 100% da vida dela esperando você.
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo, porque a vida não é certa.
Nada aqui é certo!
O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo, querendo, conseguindo...
E só assim, é possível chegar àquele momento do dia em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo". Quando na verdade, tudo o que Ele quer é que a gente encontre a pessoa errada
pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente..."
Luis Fernando Veríssimo
sábado, 18 de outubro de 2008
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Entre nós
Eu ainda não sei se o amor move montanhas.
Mas já sei que nenhuma montanha imobiliza o amor.
E mesmo que as montanhas não sejam quaisquer montanhas,
Sei que esse amor não é qualquer amor!
*
Mas já sei que nenhuma montanha imobiliza o amor.
E mesmo que as montanhas não sejam quaisquer montanhas,
Sei que esse amor não é qualquer amor!
*
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Obrigada!!!
Verão chegando e na pauta de todas as revistas femininas estão os regimes relâmpagos, as dicas mais quentes e milagrosas para ter uma boa forma, o desejo de emagrecer e poder mostrar ao mundo um corpinho mais sequinho e abusar por aí.
Pauta essa que felizmente ou infelizmente não me diz nada. Nunca foi gordinha, muito menos gorda, quem dirá obesa. No máximo mais magra ou menos magra. Nenhuma novidade pra quem me conhece há pelo menos 2 verões, nenhuma novidade pra minha família que me acompanha há 36 anos, nenhuma novidade pra mim.
Nunca me imaginei diferente, nunca me conheci de outro jeito, a não ser quando tive uma barriga gigante (e linda!) na minha gravidez. Excesso de peso concentrado na pança e que perdi completamente em menos de 10 dias depois do parto.
Acho que em muitas situações é bom ser magra, pra falar a verdade, em quase todas. É claro que várias vezes já quis ser bunduda, peituda, quadriuzida, mas nunca gorda, só gostosa localizada. Mas apesar de ser uma velha e autêntica magrela, tipo pau que nasce torto, morre torto, invariavelmente encontro alguém que me diz algo na linha do “oiiii, nossa, como tu tá magra!”.
Respira fundo. Hummmmmmmmm. Pois é, pra quem não sabe, isso me irrita profundamente. E pra quem sabe e por isso mesmo fala, agora tá aqui, registrado.
- Profundamente porque se emagreci foi algo em torno de 500g, talvez um décimo do quem disse pretende emagrecer (claro, uma magrinha nunca comenta que estou mais ou menos magra).
- Profundamente porque jamais encontro alguém e digo “oiiii, nossa, como tu ta gorda!”. Logo, é mais elegante pensar do que comentar.
- Profundamente porque quem diz isso nunca é alguém que tenha intimidade comigo. É papo de evento, de encontro casual, de quem não sabe o que falar.
- Profundamente porque fico sem graça e não sei o que dizer, não entendo a intenção do comentário, não sei se concordo, se discordo, se confesso que faz no mínimo uns 6 meses que não vejo uma balança e dou uma humilhadinha, se me faço de coitada e digo que é stress, se mudo de assunto. É um saco. Por favor, me economize dessa saia justa, que não vai fazer você emagrecer, nem eu engordar.
- Profundamente porque sempre, sem exceção, essa é uma observação tipicamente feminina. Os homens nunca comentam isso, não diretamente comigo. Ou porque acham que estou ótima assim ou porque estão se lixando pro meu peso e estão ligados em outro defeito ou virtude que eu tenha.
- Profundamente porque se minha mãe não tem comentado que eu tô mais magra, é porque eu tô super bem. Ela é a única pessoa que controla mesmo de longe se eu ando comendo mal ou mais mal ainda e vai ser a primeira a puxar a minha orelha se houver necessidade.
E me irrito mais profundamente porque até hoje, apesar de conviver a vida inteira com comentários como esse, ainda fico sem saber o que responder. Mas ainda vou seguir o conselho de um super amigo meu que se irrita como eu só de estar ao meu lado quando alguém fala isso. É muito simples. É só responder “obrigaaaaaaaada!!!”. Pelo menos essa nunca mais vai dizer que eu tô mais magra pra tentar nos iludir que é ruim ser assim.
Pauta essa que felizmente ou infelizmente não me diz nada. Nunca foi gordinha, muito menos gorda, quem dirá obesa. No máximo mais magra ou menos magra. Nenhuma novidade pra quem me conhece há pelo menos 2 verões, nenhuma novidade pra minha família que me acompanha há 36 anos, nenhuma novidade pra mim.
Nunca me imaginei diferente, nunca me conheci de outro jeito, a não ser quando tive uma barriga gigante (e linda!) na minha gravidez. Excesso de peso concentrado na pança e que perdi completamente em menos de 10 dias depois do parto.
Acho que em muitas situações é bom ser magra, pra falar a verdade, em quase todas. É claro que várias vezes já quis ser bunduda, peituda, quadriuzida, mas nunca gorda, só gostosa localizada. Mas apesar de ser uma velha e autêntica magrela, tipo pau que nasce torto, morre torto, invariavelmente encontro alguém que me diz algo na linha do “oiiii, nossa, como tu tá magra!”.
Respira fundo. Hummmmmmmmm. Pois é, pra quem não sabe, isso me irrita profundamente. E pra quem sabe e por isso mesmo fala, agora tá aqui, registrado.
- Profundamente porque se emagreci foi algo em torno de 500g, talvez um décimo do quem disse pretende emagrecer (claro, uma magrinha nunca comenta que estou mais ou menos magra).
- Profundamente porque jamais encontro alguém e digo “oiiii, nossa, como tu ta gorda!”. Logo, é mais elegante pensar do que comentar.
- Profundamente porque quem diz isso nunca é alguém que tenha intimidade comigo. É papo de evento, de encontro casual, de quem não sabe o que falar.
- Profundamente porque fico sem graça e não sei o que dizer, não entendo a intenção do comentário, não sei se concordo, se discordo, se confesso que faz no mínimo uns 6 meses que não vejo uma balança e dou uma humilhadinha, se me faço de coitada e digo que é stress, se mudo de assunto. É um saco. Por favor, me economize dessa saia justa, que não vai fazer você emagrecer, nem eu engordar.
- Profundamente porque sempre, sem exceção, essa é uma observação tipicamente feminina. Os homens nunca comentam isso, não diretamente comigo. Ou porque acham que estou ótima assim ou porque estão se lixando pro meu peso e estão ligados em outro defeito ou virtude que eu tenha.
- Profundamente porque se minha mãe não tem comentado que eu tô mais magra, é porque eu tô super bem. Ela é a única pessoa que controla mesmo de longe se eu ando comendo mal ou mais mal ainda e vai ser a primeira a puxar a minha orelha se houver necessidade.
E me irrito mais profundamente porque até hoje, apesar de conviver a vida inteira com comentários como esse, ainda fico sem saber o que responder. Mas ainda vou seguir o conselho de um super amigo meu que se irrita como eu só de estar ao meu lado quando alguém fala isso. É muito simples. É só responder “obrigaaaaaaaada!!!”. Pelo menos essa nunca mais vai dizer que eu tô mais magra pra tentar nos iludir que é ruim ser assim.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Conclusão
Minha irmã contando que estava interessada em alguém, mas que tinha um pequeno problema: o alguém era ex de muitos anos de uma amiga.
Enquanto ela contava, tentava convencer nós duas que o problema podia ser menor que pequeno...
"Ah, ela não é assiiiiim, minha amiga. Não tenho nem o celular e o e-mail dela".
Boa! Hoje em dia quem não tá na lista de contatos é só conhecida. Vai em frente!
*
Enquanto ela contava, tentava convencer nós duas que o problema podia ser menor que pequeno...
"Ah, ela não é assiiiiim, minha amiga. Não tenho nem o celular e o e-mail dela".
Boa! Hoje em dia quem não tá na lista de contatos é só conhecida. Vai em frente!
*
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Eu, eles, nós
Nunca confio numa casa sem porta-retratos.
Só aceito uma decoração sem eles em foto de revista ou no máximo na Casa Cor. Espaços que são pra ver, mas não pra viver.
Por isso, a minha é cheia deles. É nos porta-retratos que homenageio meus maiores amores, mantenho sempre presente o passado, vejo minha filha hoje e me enxergo ontem.
Histórias felizes para contar e olhar todos os dias, sorrisos emoldurados, abraços intermináveis e olhos que nunca mais perdem seu brilho. É isso o que eu quero sempre perto de mim.
Me sinto num triste lugar de ninguém, sem alma, sem cara, sem direito autoral.
Só aceito uma decoração sem eles em foto de revista ou no máximo na Casa Cor. Espaços que são pra ver, mas não pra viver.
Por isso, a minha é cheia deles. É nos porta-retratos que homenageio meus maiores amores, mantenho sempre presente o passado, vejo minha filha hoje e me enxergo ontem.
Histórias felizes para contar e olhar todos os dias, sorrisos emoldurados, abraços intermináveis e olhos que nunca mais perdem seu brilho. É isso o que eu quero sempre perto de mim.
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Depois a louca sou eu
- Alô.
- Oi. O gato se foi.
- Jura? Terminaram?
- Não, guria. O outro gato.
- Tinha outro no meio???
- Nãããããão, em cima.
- Dando em cima de ti? Quem?? Me conta!
- Sua louca, não posso falar.
- Então porque tu me ligou?
- Só queria te contar.
- Contar o que, sua maluca?
- Que o gato se jogou do telhado. Beijo.
*
- Oi. O gato se foi.
- Jura? Terminaram?
- Não, guria. O outro gato.
- Tinha outro no meio???
- Nãããããão, em cima.
- Dando em cima de ti? Quem?? Me conta!
- Sua louca, não posso falar.
- Então porque tu me ligou?
- Só queria te contar.
- Contar o que, sua maluca?
- Que o gato se jogou do telhado. Beijo.
*
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Vamos nos encontrar uma hora dessas?
Almocinho casual com as amigas. Euforia e mil sugestões pra escolher o restaurante. Todas concordam, a gente merece (sempre falamos isso pra justifcar alguma extravagância). Tem que ser um lugar bacana e de preferência caro. As solteiras querem “grupo de convívio”, então nem pensar uma opção aconchegante e discreta, muito menos japa, que eu odeio e as amigas me respeitam.
Escolhido o restaurante, pra definir a mesa e quem senta onde nem é preciso negociar, basta a gente se olhar. É óbvio. Casadas de frente pras solteiras. Solteiras de frente pro “grupo de convívio”.
A conversa começa no estacionamento. Pra falar a verdade nos emails que trocamos pra combinar o tal almoço. Acho que até antes, quando falamos em almoçar juntas qualquer dia desses, mais exatamente, naquela manhã.
O garçom se aproxima uma vez, duas, três, nem sei quantas. Na primeira a gente ainda é educadinha, sorrimos, pegamos o cardápio, um pause nas línguas e pedimos uns minutinhos até escolhermos os pratos. Pra facilitar, Coca Zero pra todas, assim não perdemos tempo. Prefiro nem explicar que a minha é sem limão e sem gelo. Vai vir errado mesmo.
Logo depois dos sorrisos, nenhuma de nós enxerga mais o “moço”. Nem que ele subisse na mesa ia conseguir fazer o pedido. Continuamos falando loucamente, segurando os cardápios, talvez até de cabeça pra baixo. Nem pensar em dar outro pause. Dali em diante só forward que ainda temos muita coisa pra falar.
A gente acredita, mesmo, que ninguém vai notar que o assunto é sacanagem quando de repente inclinamos nossos corpinhos pra frente, baixamos abruptamente o volume da voz e depois nos jogamos pra trás na cadeira dando risadas cafajestes. Não, ninguém vai notar. Principalmente porque nenhuma fez gestos universais. Não, claro que não. A gente lembrava que tava num, num... restaurante.
Uma de nós (claro, não eu) se dá conta que a gente foi lá pra almoçar. Depois de meia hora segurando os cardápios, nos dirigimos ao buffet. Aliás, escolhemos aquele lugar justamente por causa do buffet famoso e delicioso. E eu, que detesto salada, mas não sou boba, entro na fila junto com as minhas amigas, nem que seja pra pegar uma azeitona e um ovinho de codorna. Imagina esperar elas na mesa e perder alguma história. Com a velocidade das conversas elas não vão nem lembrar o que falavam enquanto eu fazia pouco caso dos verdes, muito menos vão querer repetir tudo pra mim. Adoro azeitona!
Voltamos, falando, servimos o prato quente, falando, a sobremesa, falando, pedimos o café, falando, a conta... Nem sei o que eu comi, e se comi. Mas lembro que passei por todas as etapas de um almocinho casual. Posso até ter comido um brócoli e nem vi.
As criaturas do "grupo de convívio" (denominação nossa para vida social) deviam se perguntar: mas que tanto elas falam? De tudo. Tudo mesmo. Falamos mal, muito mal diga-se de passagem, de um monte de gente, da conhecida brega, mas infelizmente gostosa, dos filhos que já temos e dos que ainda virão, de silicone, decoração, maquiagem, cremes, perfumes e afins, tendências do verão, dinheiro e a falta de mais dinheiro, viagens, trabalho, falta de tempo, regime, terapia, marido, ex-marido, case, prospect, depilação, cinema, empregada, receita de pudim de leite (o profi, furadinho e que desmancha na boca), o que vamos fazer no ano novo, sexo, amor, sexo de novo, lingerie e nem sei mais o que, porque perdi algumas conversas paralelas.
Depois do almoço e de umas duas Neosaldinas pra cada uma, voltamos a trocar emails pra combinar de sair pra jantar uma noite dessas. “Combinado! Até à noite então!” Isso mesmo, a noite do dia do almoço. Afinal, a gente precisava se encontrar pra botar o papo em dia. E pra facilitar, Patricia bem gelada pra todas, assim não perdemos tempo.
Escolhido o restaurante, pra definir a mesa e quem senta onde nem é preciso negociar, basta a gente se olhar. É óbvio. Casadas de frente pras solteiras. Solteiras de frente pro “grupo de convívio”.
A conversa começa no estacionamento. Pra falar a verdade nos emails que trocamos pra combinar o tal almoço. Acho que até antes, quando falamos em almoçar juntas qualquer dia desses, mais exatamente, naquela manhã.
O garçom se aproxima uma vez, duas, três, nem sei quantas. Na primeira a gente ainda é educadinha, sorrimos, pegamos o cardápio, um pause nas línguas e pedimos uns minutinhos até escolhermos os pratos. Pra facilitar, Coca Zero pra todas, assim não perdemos tempo. Prefiro nem explicar que a minha é sem limão e sem gelo. Vai vir errado mesmo.
Logo depois dos sorrisos, nenhuma de nós enxerga mais o “moço”. Nem que ele subisse na mesa ia conseguir fazer o pedido. Continuamos falando loucamente, segurando os cardápios, talvez até de cabeça pra baixo. Nem pensar em dar outro pause. Dali em diante só forward que ainda temos muita coisa pra falar.
A gente acredita, mesmo, que ninguém vai notar que o assunto é sacanagem quando de repente inclinamos nossos corpinhos pra frente, baixamos abruptamente o volume da voz e depois nos jogamos pra trás na cadeira dando risadas cafajestes. Não, ninguém vai notar. Principalmente porque nenhuma fez gestos universais. Não, claro que não. A gente lembrava que tava num, num... restaurante.
Uma de nós (claro, não eu) se dá conta que a gente foi lá pra almoçar. Depois de meia hora segurando os cardápios, nos dirigimos ao buffet. Aliás, escolhemos aquele lugar justamente por causa do buffet famoso e delicioso. E eu, que detesto salada, mas não sou boba, entro na fila junto com as minhas amigas, nem que seja pra pegar uma azeitona e um ovinho de codorna. Imagina esperar elas na mesa e perder alguma história. Com a velocidade das conversas elas não vão nem lembrar o que falavam enquanto eu fazia pouco caso dos verdes, muito menos vão querer repetir tudo pra mim. Adoro azeitona!
Voltamos, falando, servimos o prato quente, falando, a sobremesa, falando, pedimos o café, falando, a conta... Nem sei o que eu comi, e se comi. Mas lembro que passei por todas as etapas de um almocinho casual. Posso até ter comido um brócoli e nem vi.
As criaturas do "grupo de convívio" (denominação nossa para vida social) deviam se perguntar: mas que tanto elas falam? De tudo. Tudo mesmo. Falamos mal, muito mal diga-se de passagem, de um monte de gente, da conhecida brega, mas infelizmente gostosa, dos filhos que já temos e dos que ainda virão, de silicone, decoração, maquiagem, cremes, perfumes e afins, tendências do verão, dinheiro e a falta de mais dinheiro, viagens, trabalho, falta de tempo, regime, terapia, marido, ex-marido, case, prospect, depilação, cinema, empregada, receita de pudim de leite (o profi, furadinho e que desmancha na boca), o que vamos fazer no ano novo, sexo, amor, sexo de novo, lingerie e nem sei mais o que, porque perdi algumas conversas paralelas.
Depois do almoço e de umas duas Neosaldinas pra cada uma, voltamos a trocar emails pra combinar de sair pra jantar uma noite dessas. “Combinado! Até à noite então!” Isso mesmo, a noite do dia do almoço. Afinal, a gente precisava se encontrar pra botar o papo em dia. E pra facilitar, Patricia bem gelada pra todas, assim não perdemos tempo.
domingo, 21 de setembro de 2008
Deve ser a pilha
O chuveiro esfriou, deve ser a pilha.
A boneca quebrou, deve ser a pilha.
O colar arrebentou, deve ser a pilha.
A janela emperrou, deve ser a pilha.
A pintura esfolou, deve ser a pilha.
O microondas apagou, deve ser a pilha.
O filtro da água secou, deve ser a pilha.
O gás acabou, deve ser a pilha.
Eu ia ser tão mais feliz se tudo que acontece na minha casa
dependesse só de mim pra trocar a pilha.
*
*
terça-feira, 16 de setembro de 2008
80´s love
Ouvir essa música me deixa num estado absurdo de alegria.
Adoro a edição, o figurino e a coreografia com passinhos ao estilo Flashdance.
Uma pérola que hoje lembrei que me fazia um bem danado.
Adoro a edição, o figurino e a coreografia com passinhos ao estilo Flashdance.
Uma pérola que hoje lembrei que me fazia um bem danado.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Esse é o nome mais lindo pra mim, o mais alegre, o mais saltitante, o mais doce.
Sempre imaginei esse dia, quando ela daria sua própria forma pro nome que eu escolhi. E sempre disse que se um dia fizesse uma tatuagem, seria exatamente essa. O nome dela, escrito por ela assim que aprendesse, porque nenhuma outra marca no meu corpo seria capaz de fazer sentido até o fim da minha vida.
Pensei na parte interna no pulso, algo delicado. Um lugar pouco visível a outros olhos, mas ao alcance dos meus. E se eu ainda tiver mais um amor como esse, posso tatuar o nome dele no outro pulso, porque amor de mãe não faz diferença entre seus filhos.
Sempre imaginei esse dia, quando ela daria sua própria forma pro nome que eu escolhi. E sempre disse que se um dia fizesse uma tatuagem, seria exatamente essa. O nome dela, escrito por ela assim que aprendesse, porque nenhuma outra marca no meu corpo seria capaz de fazer sentido até o fim da minha vida.
Pensei na parte interna no pulso, algo delicado. Um lugar pouco visível a outros olhos, mas ao alcance dos meus. E se eu ainda tiver mais um amor como esse, posso tatuar o nome dele no outro pulso, porque amor de mãe não faz diferença entre seus filhos.
Esse dia chegou e agora morro de medo da dor. Mas que fique bem claro, minha filha, que esse pedacinho de papel digitalizado tem o mesmo significado pra mim. E caso eu tome coragem, vamos fazer uma combinação desde já. Se um dia vier um irmãzinho ou uma irmãzinha, escolheremos juntas um nome mais curtinho que o teu, tipo Ana, Tom... Estamos combinadas?
Nada que ultrapasse a média
Até onde sei, tenho capacidade de discernir o alinhado do torto, o compreensível do sem desculpa e o risco calculado da roubada anunciada. Não sou a razão em pessoa, nem santa, mas também não sou uma louca transgressora. Sou uma certinha mediana, que um dia até soube decor e salteado os 10 mandamentos.
Nessas alturas da vida só lembro de três: não matar, não roubar e não desejar a mulher do próximo. Ih, já subverti todos eles. Já matei vários leões por dia, já roubei da minha filha jogando memória e não só desejei o homem da próxima como fiz coisas bem piores. Pela lógica, se eu não cometi as outras sete infrações, cheguei bem perto. Se tivesse pontuação no RG acho que eu já perdido o meu.
Mas como nem tudo tem lógica... posso ter me saído bem e ser mesmo uma certinha mediana, dessas que leva uma multa aqui, outra ali, mas continua abanando as tranças por aí sem cometer grandes atrocidades.
Nessas alturas da vida só lembro de três: não matar, não roubar e não desejar a mulher do próximo. Ih, já subverti todos eles. Já matei vários leões por dia, já roubei da minha filha jogando memória e não só desejei o homem da próxima como fiz coisas bem piores. Pela lógica, se eu não cometi as outras sete infrações, cheguei bem perto. Se tivesse pontuação no RG acho que eu já perdido o meu.
Mas como nem tudo tem lógica... posso ter me saído bem e ser mesmo uma certinha mediana, dessas que leva uma multa aqui, outra ali, mas continua abanando as tranças por aí sem cometer grandes atrocidades.
domingo, 14 de setembro de 2008
Pendência: que está pendente, ainda não terminou
Isso é o que diz o dicionário. Pra mim, é perrengue, pendurado, pé no saco, pedra no sapato.
É, eu tenho um sério problema com pendências. Odeio, detesto, tenho pavor, me irrito e posso até ficar mal. Não que eu conheça alguém que verbalizou que ama uma pendência na vida, mas conheço muitas pessoas que convivem bem com elas, adoram somar novas e multiplicar velhas. Difícil de entender. Gente pendente me agonia. Por isso, não satisfeita com as minhas, muitas vezes me incomodo com as pendências dos outros também. Fico louca pra montar um follow up, um plano de ação, um cronograma e dar uma coordenadinha.
Todos os tipos de pendência me incomodam, desde as mais inofensivas até as mais cabeludas. Tenho a sensação que pendência não deixa ninguém ir adiante de verdade. Parece cadeira pré-requisito na faculdade, não adianta fingir que ela não existe e deixar pra depois, uma hora vai trancar tudo que vem pela frente.
Me incomodo quando não consigo fazer as unhas, quando me enrolo pra começar a ler um livro que já comprei, quando esqueço de comprar o presente do colega de Escola da minha filha, quando ouço a empregada repetindo que falta alvejante, quando preciso retomar o inglês e não faço nada, quando não priorizo o necessário, quando não tenho coragem de agir sobre uma decisão que já tomei... quando isso, quando aquilo. A lista é interminável e como é de pendências, é uma lista negra.
E quando elas não dependem só de mim? Ah, aí babaus follow up, plano de ação, cronograma... só com alguma técnica de respiração e imaginando anjos tocando arpa na minha volta pra me manter serena e poliana.
Mas eu não dou mole. Se eu não deixo claro quem é que manda (pelo menos pras que dependem só de mim), elas se procriam enquanto eu durmo. E mesmo sendo dura assim, pra cada uma que eu mato, nascem dez. Tem que ficar de olho, ter disciplina e ir riscando elas como dá.
E pra as que eu não dei atenção quando devia e deixei entrarem pro grupo das mais cabeludas, uma hora elas vão terminar. Afinal, o dicionário disse que se é pendência, é porque AINDA não terminou. Então é só uma questão de tempo.
É, eu tenho um sério problema com pendências. Odeio, detesto, tenho pavor, me irrito e posso até ficar mal. Não que eu conheça alguém que verbalizou que ama uma pendência na vida, mas conheço muitas pessoas que convivem bem com elas, adoram somar novas e multiplicar velhas. Difícil de entender. Gente pendente me agonia. Por isso, não satisfeita com as minhas, muitas vezes me incomodo com as pendências dos outros também. Fico louca pra montar um follow up, um plano de ação, um cronograma e dar uma coordenadinha.
Todos os tipos de pendência me incomodam, desde as mais inofensivas até as mais cabeludas. Tenho a sensação que pendência não deixa ninguém ir adiante de verdade. Parece cadeira pré-requisito na faculdade, não adianta fingir que ela não existe e deixar pra depois, uma hora vai trancar tudo que vem pela frente.
Me incomodo quando não consigo fazer as unhas, quando me enrolo pra começar a ler um livro que já comprei, quando esqueço de comprar o presente do colega de Escola da minha filha, quando ouço a empregada repetindo que falta alvejante, quando preciso retomar o inglês e não faço nada, quando não priorizo o necessário, quando não tenho coragem de agir sobre uma decisão que já tomei... quando isso, quando aquilo. A lista é interminável e como é de pendências, é uma lista negra.
E quando elas não dependem só de mim? Ah, aí babaus follow up, plano de ação, cronograma... só com alguma técnica de respiração e imaginando anjos tocando arpa na minha volta pra me manter serena e poliana.
Mas eu não dou mole. Se eu não deixo claro quem é que manda (pelo menos pras que dependem só de mim), elas se procriam enquanto eu durmo. E mesmo sendo dura assim, pra cada uma que eu mato, nascem dez. Tem que ficar de olho, ter disciplina e ir riscando elas como dá.
E pra as que eu não dei atenção quando devia e deixei entrarem pro grupo das mais cabeludas, uma hora elas vão terminar. Afinal, o dicionário disse que se é pendência, é porque AINDA não terminou. Então é só uma questão de tempo.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Vontade não é pecado
A gordinha sabe que não dá pra ter tudo na vida, que não pode mais continuar assim e que se não tiver força de vontade pra virar a mesa, as coisas não vão mudar. Como diz uma amiga minha e da gordinha, “pra viver o diferente, tem que fazer diferente” - frase de auto-ajuda que nossa amiga lançou não por acaso durante nosso almoço.
Sim, sim, a gordinha tem consciência da situação, sabe o que tem que fazer e como, mas ainda dorme e acorda com o pecado da gula na cabeça. Humm, entendo a gordinha.
* Pecado da Gula: “...desejo desordenado pelo prazer com a comida. A intoxicação injustificada é uma completa perda da razão”.
E é aí que mora o perigo. A gordinha tenta se focar na dieta, mas quando se perde e se descontrola, tem vontade de comer o que deixou pra trás e o que vai ter que deixar pela frente. Mas ela tenta se conter e devora moderadamente, se é que isso é possível.
Mas a gordinha também acredita que um dia vai conseguir trocar o pecado da gula por outro pecado qualquer. Enquanto isso, ela se conforta numa frase de auto-consolo dita por outra amiga pra diminuir sua culpa... “Aproveite o momento. Lembre-se das mulheres do Titanic que tinham acabado de recusar a sobremesa”.
Sim, sim, a gordinha tem consciência da situação, sabe o que tem que fazer e como, mas ainda dorme e acorda com o pecado da gula na cabeça. Humm, entendo a gordinha.
* Pecado da Gula: “...desejo desordenado pelo prazer com a comida. A intoxicação injustificada é uma completa perda da razão”.
E é aí que mora o perigo. A gordinha tenta se focar na dieta, mas quando se perde e se descontrola, tem vontade de comer o que deixou pra trás e o que vai ter que deixar pela frente. Mas ela tenta se conter e devora moderadamente, se é que isso é possível.
Mas a gordinha também acredita que um dia vai conseguir trocar o pecado da gula por outro pecado qualquer. Enquanto isso, ela se conforta numa frase de auto-consolo dita por outra amiga pra diminuir sua culpa... “Aproveite o momento. Lembre-se das mulheres do Titanic que tinham acabado de recusar a sobremesa”.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Motel Multimídia
Para variar fiz as unhas e sai correndo, com as mãos estaqueadas tentando controlar meus gestos estabanados. Botei a chave na ignição com jeitinho e segui com óleo secante engordurando a direção. Arrisquei no máximo ligar o rádio e nem ousei ficar pipocando atrás de uma música bacana. Liguei e fiquei ali, onde já ele tava sintonizado.
Foi quando ouvi um spot de um antigo motel da cidade vendendo seu mais novo diferencial... “E agora com internet wireless para o seu conforto”. Conforto? Pra que diabos alguém quer se sentir confortavelmente online num motel?
Ou o proprietário não sabe mais como reinventar seu negócio, ou sou desinformada e isso já existe há tempo ou sou muito criativa num motel, porque não vi o menor sentido no novo apelo comercial do estabelecimento. Por via das dúvidas, fiquei tentando imaginar algumas situações que justificassem a conexão.
- No maior aquece a garota lembra que esqueceu de programar no home banking o pagamento das contas que vencem naquele dia. Um só diazinho de atraso e lá se vai 10% de multa.
- O cara resolve experimentar o famoso remedinho azul. Só não sabia que o efeito leva algumas horas. E como "time is money" e ele ta pagando a pernoite, melhor botar em dia a caixa de entrada lotada e zerar aquele monte de email enquanto a brincadeira não começa.
- Aniversário do ex, ela e o novo amante combinaram uma sexy rave a dois no motel (daquelas que atravessam dias). Vai parecer que é recalque não mandar um parabenzinho pelo Orkut. Entre um rala e rola e outro, mandar as felicitações e aproveitar pra dar uma conferida rápida nos scraps do dia não vai fazer mal a ninguém.
- A filha foi morar no exterior e elas religiosamente se dão um "hello" todos os dias. Entre estudar e lavar pratos, a menina tem 1 hora. E pelo fuso horário a hora é justo aquela. Se a mãe não der uma entradinha no MSN a filha pode achar que aconteceu algo grave.
- O casal que transa só em ocasiões especiais foi comemorar o aniversário de casamento. Eles querem novidade, mas a falta de prática deixou eles bloqueados. O Google pode ser uma boa saída. É só buscar por “kamasutra” que vai aparecer de tudo. Até o passo a passo das 28 posições com animações 3D em Flash pra não errar!
Nada disso! Eu que não tenho visão estratégica! Hoje mesmo tava discutindo numa reunião da agência a Estratégia do Oceano Azul, livro de W. Chan Kim . Claro, o tal motel quer buscar oportunidades de negócio criando novas demandas e nichos de mercado!! Hummm... agora faz sentido a internet nos quartos.
No meio da loucura das organizações deve ter muita gente procurando um lugar tranqüilo pra trabalhar, limpar a pauta e aumentar sua produtividade. Quer lugar melhor?
Daqui a pouco os motéis por aí já vão investir até em modernos equipamentos de vídeo conference. Porque na era digital não importa onde (e com quem) a gente tá. Vai por mim!
Foi quando ouvi um spot de um antigo motel da cidade vendendo seu mais novo diferencial... “E agora com internet wireless para o seu conforto”. Conforto? Pra que diabos alguém quer se sentir confortavelmente online num motel?
Ou o proprietário não sabe mais como reinventar seu negócio, ou sou desinformada e isso já existe há tempo ou sou muito criativa num motel, porque não vi o menor sentido no novo apelo comercial do estabelecimento. Por via das dúvidas, fiquei tentando imaginar algumas situações que justificassem a conexão.
- No maior aquece a garota lembra que esqueceu de programar no home banking o pagamento das contas que vencem naquele dia. Um só diazinho de atraso e lá se vai 10% de multa.
- O cara resolve experimentar o famoso remedinho azul. Só não sabia que o efeito leva algumas horas. E como "time is money" e ele ta pagando a pernoite, melhor botar em dia a caixa de entrada lotada e zerar aquele monte de email enquanto a brincadeira não começa.
- Aniversário do ex, ela e o novo amante combinaram uma sexy rave a dois no motel (daquelas que atravessam dias). Vai parecer que é recalque não mandar um parabenzinho pelo Orkut. Entre um rala e rola e outro, mandar as felicitações e aproveitar pra dar uma conferida rápida nos scraps do dia não vai fazer mal a ninguém.
- A filha foi morar no exterior e elas religiosamente se dão um "hello" todos os dias. Entre estudar e lavar pratos, a menina tem 1 hora. E pelo fuso horário a hora é justo aquela. Se a mãe não der uma entradinha no MSN a filha pode achar que aconteceu algo grave.
- O casal que transa só em ocasiões especiais foi comemorar o aniversário de casamento. Eles querem novidade, mas a falta de prática deixou eles bloqueados. O Google pode ser uma boa saída. É só buscar por “kamasutra” que vai aparecer de tudo. Até o passo a passo das 28 posições com animações 3D em Flash pra não errar!
Nada disso! Eu que não tenho visão estratégica! Hoje mesmo tava discutindo numa reunião da agência a Estratégia do Oceano Azul, livro de W. Chan Kim . Claro, o tal motel quer buscar oportunidades de negócio criando novas demandas e nichos de mercado!! Hummm... agora faz sentido a internet nos quartos.
No meio da loucura das organizações deve ter muita gente procurando um lugar tranqüilo pra trabalhar, limpar a pauta e aumentar sua produtividade. Quer lugar melhor?
Daqui a pouco os motéis por aí já vão investir até em modernos equipamentos de vídeo conference. Porque na era digital não importa onde (e com quem) a gente tá. Vai por mim!
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Eu também te amo!
Volta das férias na Escolinha da minha filha.
Ainda bem que no maternal quem decide quando ela sai de férias, sou eu.
Assim ainda posso programar as minhas.
É uma troca de vivências que dá gosto.
Uns vão pra serra, outros pra praia, pro campo e alguns vão mais longe.
Cada um tem uma história pra contar e algo novo pra ensinar...
- Mãe, a Cecília foi pra França.
- Que legal, minha filha! E aí, o que ela contou?
- Ela disse que lá todo mundo fala diferente e ela me ensinou a falar francês.
- Ah, então fala!
Eu já achando que vinha aquela piadinha... "francês"!
- É assim, mãe... A lovi iu!
*
Ainda bem que no maternal quem decide quando ela sai de férias, sou eu.
Assim ainda posso programar as minhas.
É uma troca de vivências que dá gosto.
Uns vão pra serra, outros pra praia, pro campo e alguns vão mais longe.
Cada um tem uma história pra contar e algo novo pra ensinar...
- Mãe, a Cecília foi pra França.
- Que legal, minha filha! E aí, o que ela contou?
- Ela disse que lá todo mundo fala diferente e ela me ensinou a falar francês.
- Ah, então fala!
Eu já achando que vinha aquela piadinha... "francês"!
- É assim, mãe... A lovi iu!
*
domingo, 7 de setembro de 2008
Se o meu carro falasse
De uns tempos pra cá quem mais conhece minhas emoções é o meu carro. Invariavelmente entro nele e ligo o som. Sim, porque emoção que se preze tem trilha sonora.
Sozinha, naquela penumbrinha do insulfilm, vidros fechados e ar ligado no quentinho ou no geladinho, sentada confortavelmente, com um espelho por perto pra eu conferir minha dramaturgia e um som bem alto... ah, nele eu encontro tudo que preciso pra me soltar sem constrangimento, com a mais pura verdade do meu momento.
Já chorei muitas vezes lá dentro, lágrimas daquelas que simplesmente correm olho abaixo, lágrimas que pulam freneticamente pra tudo que é lado, lágrimas quase secas que viram soluços com som de ã-ã-ã-ã-ã. Chorei de tão cansada e esgotada, chorei de triste, chorei de saudade, chorei de raiva, chorei por me sentir perdida, chorei por me sentir pressionada, chorei, chorei, chorei. Muitas vezes já fiz trajetos bem maiores do que eu precisava pra dar tempo de chorar tudo que eu tinha vontade.
Mas também já gastei mais gasolina pra rir, pra gritar de alegria, pra sentir o vento forte nos meus cabelos, pra prestar atenção nas luzes da cidade ou no céu azul e embalar minha felicidade, que às vezes não cabe dentro do peito, com o som no volume máximo (um máximo que me permita entender que música eu tô ouvindo, porque até hoje não coordeno aqueles botões complexos de equalizar e vivo desregulando tudo).
Se é pra chorar, eu ouço, introjeto cada dó-ré-mi da música e soooooooofro. Se é pra rir eu canto, ou melhor, eu berro. Sigo o ritmo e não necessariamente domino a letra, mas eu disfarço e ainda tento dançar da cintura pra cima. Eu não percebo, mas o carro deve se sacudir todo. E claro, minha boca que já não é pequena rasga um sorriso absurdo. E pra completar, dou gritos batendo na direção de tão doida, de tão feliz. Uma lady.
Fico pensando nos pobres seres que param ao meu lado na sinaleira. Ainda bem que só param estranhos (isso é o que acho e prefiro continuar achando pra manifestar minhas emoções sem restrições). Nem quero pensar que já parou alguém conhecido ao meu lado e assistiu minhas performances de camarote. A minha platéia é o retrovisor e assim quero que seja.
Tá bom. Preciso confessar que já me pegaram na tampinha sim. Dias complicados, sentimentos a flor da pele. Tava lá eu. Eu e ele, o meu carro. Estacionei num posto que nem costumo ir, justamente pra não correr o risco de encontrar alguém. As últimas lágrimas pingando antes que eu descesse, quando ouvi um “Crisssssssss” do carro do lado. Congelei e pensei, ai meu santinho, ferrou, vou ter que fazer cara de “Oiiiiiiiii, que bom te encontrar! Que nada, eu chorando? Imagina”. Ufa! Era minha amiga-irmã, praticamente minha Vigilante do Choro. Acabamos morrendo de rir do flagra.
Mas aquela foi uma avulsa coincidência, porque aquele momento é só meu, muito meu, mais meu do que qualquer outro do dia ou da noite. Meu carro é a minha bolha móvel. Afinal, fora dele quase nunca estou sozinha de fato pra poder extravasar como um ser praticamente irracional que não controla suas emoções. Não se preocupe, nunca atropelei ninguém. Mesmo com a cérebro mole e emocionado eu sempre chego aos destinos sã e salva, assim como todos que cruzaram comigo no caminho. E melhor, mais equilibrada!
É. Meu carro não fala. Mas é como se cantasse pra mim...
“And darling, darling stand by me.
Oh, now, now, stand by me
Stand by me, stand by me…”
Sozinha, naquela penumbrinha do insulfilm, vidros fechados e ar ligado no quentinho ou no geladinho, sentada confortavelmente, com um espelho por perto pra eu conferir minha dramaturgia e um som bem alto... ah, nele eu encontro tudo que preciso pra me soltar sem constrangimento, com a mais pura verdade do meu momento.
Já chorei muitas vezes lá dentro, lágrimas daquelas que simplesmente correm olho abaixo, lágrimas que pulam freneticamente pra tudo que é lado, lágrimas quase secas que viram soluços com som de ã-ã-ã-ã-ã. Chorei de tão cansada e esgotada, chorei de triste, chorei de saudade, chorei de raiva, chorei por me sentir perdida, chorei por me sentir pressionada, chorei, chorei, chorei. Muitas vezes já fiz trajetos bem maiores do que eu precisava pra dar tempo de chorar tudo que eu tinha vontade.
Mas também já gastei mais gasolina pra rir, pra gritar de alegria, pra sentir o vento forte nos meus cabelos, pra prestar atenção nas luzes da cidade ou no céu azul e embalar minha felicidade, que às vezes não cabe dentro do peito, com o som no volume máximo (um máximo que me permita entender que música eu tô ouvindo, porque até hoje não coordeno aqueles botões complexos de equalizar e vivo desregulando tudo).
Se é pra chorar, eu ouço, introjeto cada dó-ré-mi da música e soooooooofro. Se é pra rir eu canto, ou melhor, eu berro. Sigo o ritmo e não necessariamente domino a letra, mas eu disfarço e ainda tento dançar da cintura pra cima. Eu não percebo, mas o carro deve se sacudir todo. E claro, minha boca que já não é pequena rasga um sorriso absurdo. E pra completar, dou gritos batendo na direção de tão doida, de tão feliz. Uma lady.
Fico pensando nos pobres seres que param ao meu lado na sinaleira. Ainda bem que só param estranhos (isso é o que acho e prefiro continuar achando pra manifestar minhas emoções sem restrições). Nem quero pensar que já parou alguém conhecido ao meu lado e assistiu minhas performances de camarote. A minha platéia é o retrovisor e assim quero que seja.
Tá bom. Preciso confessar que já me pegaram na tampinha sim. Dias complicados, sentimentos a flor da pele. Tava lá eu. Eu e ele, o meu carro. Estacionei num posto que nem costumo ir, justamente pra não correr o risco de encontrar alguém. As últimas lágrimas pingando antes que eu descesse, quando ouvi um “Crisssssssss” do carro do lado. Congelei e pensei, ai meu santinho, ferrou, vou ter que fazer cara de “Oiiiiiiiii, que bom te encontrar! Que nada, eu chorando? Imagina”. Ufa! Era minha amiga-irmã, praticamente minha Vigilante do Choro. Acabamos morrendo de rir do flagra.
Mas aquela foi uma avulsa coincidência, porque aquele momento é só meu, muito meu, mais meu do que qualquer outro do dia ou da noite. Meu carro é a minha bolha móvel. Afinal, fora dele quase nunca estou sozinha de fato pra poder extravasar como um ser praticamente irracional que não controla suas emoções. Não se preocupe, nunca atropelei ninguém. Mesmo com a cérebro mole e emocionado eu sempre chego aos destinos sã e salva, assim como todos que cruzaram comigo no caminho. E melhor, mais equilibrada!
É. Meu carro não fala. Mas é como se cantasse pra mim...
“And darling, darling stand by me.
Oh, now, now, stand by me
Stand by me, stand by me…”
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