segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Qual era o assunto mesmo?
Nos últimos dias me ensaiei várias vezes pra escrever, mas não fui além de uma linha. Raciocínio sem convicção não dá. Escrever é emitir uma opinião, mesmo que confusa, mas no fim quem escreve, e principalmente quem lê, tem que entender qual era ao assunto afinal. Dica básica da redação: começo, meio e fim. Não escrevi mais exatamente por isso, porque ando com dificuldade pra explicar o começo e pra identificar o fim. Por mim, agora eu só escrevia texto com meio, meio, meio.
Muita gente diz que eu escrevo como falo e que me ler é como me ouvir, me ver. Notando minha falta temporária de nexo, parei de escrever, mas não de falar. Não tem como. Ainda bem que ninguém me disse, ainda, que ando falando coisas sem pé nem cabeça e tenho divagado só no tronco.
Deve ser porque, as vezes, não falo tudo que penso. Ou porque meus “meios, meios, meios” devem deixar as pessoas mais confusas que eu, tipo aquela situação de quando tu sai de uma reunião maluca pensando... das duas, uma: ou eu sou um gênio ou eu sou uma anta, mas tô tonta e não sei se entendi tudo de tão ridículo que era ou se nas entrelinhas tinha algo que eu sou incapaz de me dar conta.
Confuso, hein? Então, falei que meu raciocínio andava sem convicção, não reclama se o início não fizer o menor sentido com o fim. O que me faz lembrar do buraco negro que é o meu cérebro quando vou dormir. Em geral começo pensando em algo prático, achando que vou fazer um check-list para o dia seguinte. Mas aí um pensamento puxa outro, que puxa outro, que vira outro... e de repente paro e não entendo porque tô pensando aquilo. Como foi que eu vim parar aqui??? Me esforço, tento buscar o fio da meada e juntar o início com o fim. Coisa de louco, porque vejo que, por exemplo, comecei simplesmente lembrando que precisava organizar o uniforme da Isabela e acabei refletindo sobre como deve ter sido a infância do Obama entre o Havaí e a Indonésia... tentando descobrir se a mãe dele era louquinha ou se a vó que era controladora... Zzzzzzz.
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Um comentário:
eu sou muito assim e principalmente nesse momento de turbulência. Por isso que só a minha terapêuta me entende, só me comunico com meios das histórias...
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